Na maior aquisição de sua história — maior até que a Netshoes — o Magazine Luiza assinou esta madrugada a compra do site de ecommerce KaBuM!, uma tacada do CEO Fred Trajano para agarrar com as duas mãos o mercado de games.

O Magalu está pagando R$ 3,5 bi num misto de dinheiro e ações — e a companhia, que vale R$ 149 bilhões na Bolsa, fará um follow-on de R$ 3 bi para financiar a compra.

10142 99f132f6 2295 0149 0297 595eda65f584A empresa está pagando R$ 1 bilhão em dinheiro e à vista, mais 125 milhões de ações a serem pagas em tranches de 6, 12 e 18 meses. Em janeiro de 2024, a parte final do pacote — 50 milhões de ações — serão pagas a título de earnout.

Num Brasil que já tem 95 milhões de gamers, o foco da KaBuM! são os gamers e o público geek — gerando sinergias com duas aquisições recentes do Magalu: o Canaltech e o Jovem Nerd.

O KaBuM! é um dos precursores em esportes eletrônicos no Brasil, sendo responsável pela criação de uma das maiores equipes de League of Legends do país, a KaBuM! Esportes, tetracampeã nacional e a primeira representante brasileira no campeonato mundial. A KaBuM! Esportes apoia também outras modalidades de e-sports, como Counter Strike, FIFA e Free Fire.

A KaBuM! tem 2 milhões de clientes ativos, fez R$ 3,5 bilhões de faturamento ano passado, e teve lucro líquido de R$ 300 milhões — um dos raros ecommerces do Brasil que dá resultado.

O Magalu está pagando 1x receita e 12x o lucro líquido de 2020.

A aquisição vem no mesmo momento em que a Netflix se prepara para adicionar videogames à sua plataforma de streaming, o primeiro movimento da companhia americana fora de games e TV, e evidencia a relevância crescente deste mercado como fonte de engajamento.

O movimento do Magalu também vem num momento em que o Mercado Livre está ficando mais ativo no mercado de eletrônicos, eletrodomésticos e informática.

O KaBuM! é especializado em hardware, video games, eletrônicos, artigos de smart home e smartphones. 

A empresa foi fundada pelos irmãos Leandro e Thiago Ramos em Limeira há 18 anos.  Eles continuarão na operação pelos próximos anos.

A KaBuM! considerou um IPO no ano passado e teve conversas com a B2W antes de fechar com o Magalu.

O BTG Pactual assessorou o Magalu.

O Itaú BBA assessorou a KaBuM!