A Arezzo&Co acaba de comprar a marca italiana Paris Texas – a primeira aquisição da empresa no exterior e um passo para transformar o negócio da família Birman em uma plataforma global de moda.
A companhia brasileira está desembolsando € 25 milhões por 65% da Paris Texas; deste total, € 15 milhões vão para as mãos de Annamaria Brivio, a fundadora da marca.
O múltiplo implícito é de 1,9x receita e 11x EBITDA.
A grife italiana ganhou espaço na Europa ao criar botas estilo texano mas dotadas de um salto scarpin – cujo preço pode chegar a US$ 1 mil. Fundada há cinco anos, a Paris Texas fatura € 15 milhões.
O CEO da Arezzo&Co, Alexandre Birman, disse que busca grifes como a Paris Texas há dois anos, quando começou a pensar em intensificar seu plano de internacionalização – hoje, apenas a marca Alexandre Birman tem uma operação direta fora do Brasil.
“Estamos estudando o mercado e deciframos que o caminho era comprar uma marca com potencial de crescimento e design ‘made in Italy’,” Alexandre disse ao Brazil Journal.
“Esse processo de internacionalização é um antídoto para um momento difícil do Brasil e vamos diversificar a nossa matriz de receita.”
Mas o ativo mais precioso, segundo Birman, é o acesso que a Arezzo&Co terá às fabricas italianas, mesmo que de maneira terceirizada.
“Elas produzem para as maiores grifes do mundo e não chegaríamos até elas sem comprar a Paris Texas,” disse, sem descartar adquirir alguma dessas fábricas em um futuro próximo.
A ideia da Arezzo&Co é ganhar escala com a Paris Texas nos Estados Unidos, onde a grife faz 10% das vendas. A companhia planeja cerca de oito flagships nos principais mercados da moda, como Milão, Nova York, Londres e Paris.
No Brasil, a Arezzo&Co já prepara pop-up stores da marca nas três lojas da NK Store – duas no Rio de Janeiro e uma em São Paulo.
A Paris Texas deve ser a primeira de uma série de aquisições que a Arezzo&Co vai fazer internacionalmente, disse Alexandre.
O perfil será de grifes pequenas mas barulhentas – no mesmo estilo da Paris Texas – e com um cheque de no máximo € 80 milhões.
Alexandre disse não ter interesse, por ora, em empresas brasileiras. O foco, segundo o CEO, será em marcas fashion e nichadas. “Não vamos atrás de marcas em turnaround ou distressed assets,” disse.