Em mais um desequilíbrio de mercado causado pela pandemia, a diária de locação de carros está disparando nos EUA em meio à retomada da economia — you know: nada como um país que vacina 2,7 milhões de pessoas/dia e já vacinou um de cada quatro.
Em março, o preço médio de aluguel por quatro dias subiu para US$ 350, comparado a US$ 250 no mês passado.
A raiz do problema: durante a crise, as locadoras americanas — que trabalham com muito mais alavancagem que as brasileiras — tiveram que vender parte de suas frotas para fazer caixa e sobreviver à tempestade. Agora, não estão conseguindo recompor a frota tão rapidamente, já que as próprias montadoras enfrentam uma outra disrupção do supply chain: a falta de semicondutores.
O resultado é que faltam carros, e isso induz ao aumento nos preços.
No Brasil, as locadoras também enfrentam pressão de custos: o preço do carro zero já subiu mais de 20% desde o início da pandemia, depois que o aço, pneus e o dólar ficaram mais caros. No entanto, como não tiveram que vender frota, elas também vão capturar essa alta ao vender seus seminovos — perdendo menos em termos líquidos.
Um analista ouvido pela NBC disse que a situação nos EUA “deve piorar, antes de melhorar,” o que deve acontecer só no outono (setembro a novembro).
Para piorar o quadro para o consumidor, o preço da gasolina também explodiu nos últimos meses, aumentando ainda mais os custos das férias de verão, que deveriam marcar a volta a uma semi-normalidade.
Pelo jeito, mesmo quando a pandemia acabar, os preços altos ainda vão manter muitos americanos dentro de casa.