A Lastlink — uma startup fundada em 2021 e que compete com a Hotmart — acaba de levantar uma rodada para escalar e aprimorar sua plataforma, que permite que influenciadores e criadores de conteúdo vendam cursos online, mentorias e acesso a grupos no Telegram e eventos presenciais.
A captação, de R$ 28 milhões, foi liderada pela Astella Investimentos e teve a participação do BTG Pactual e da Endeavor ScaleUp. O BTG investiu com dinheiro proprietário dos sócios, e não com capital de terceiros.
Essa foi a segunda capitalização da Lastlink, que já havia levantado uma rodada seed com a Canary logo que foi fundada.
A Canary não está acompanhando a rodada de hoje porque o tamanho do cheque está acima do que seu mandato permite.

A operação da Lastlink é dividida em duas frentes. A primeira é a de pagamentos: a startup processa os pagamentos dos produtos digitais de seus clientes e deve fazer um TPV de R$ 400 milhões este ano (com a projeção de chegar a R$ 1 bi no ano que vem).
“Ao mesmo tempo, entregamos para o empreendedor digital a infraestrutura para ele hospedar e entregar tudo que ele precisa, de cursos a eventos presenciais,” Michel Ank, o fundador e CEO da Lastlink, disse ao Brazil Journal. “Ele consegue construir vários desses produtos com a gente e oferecer para seus clientes de uma forma muito mais profissionalizada.”
Apesar de concorrer com a Hotmart, que já vale mais de US$ 1 bilhão e está muito mais capitalizada, Michel disse que a Lastlink tem uma abordagem diferente e “mais moderna.”
“Eles nasceram numa era em que o conteúdo era mais estático. O que começamos a entender é que, com as redes sociais, as pessoas não compram só o conteúdo estático, o curso: elas querem acesso, via mentorias e eventos, por exemplo,” disse ele.
“O mercado digital é feito de ondas, e por isso precisamos ser resilientes e diversificados. O que oferecemos é um ‘lego’ para o empreendedor vender o que quiser. Com isso, conseguimos trazer uma gamificação maior e um senso de comunidade, já que o aluno pode estar acompanhando o conteúdo junto com outras pessoas no mesmo grupo e discutindo sobre as aulas.”
Apesar do discurso, a Lastlink ainda é uma fração da Hotmart. Enquanto a Hotmart tem mais de 30 milhões de usuários e já vendeu mais de US$ 10 bilhões desde que foi fundada em 2011, a Lastlink tem 6 milhões usuários.
Michel disse que apesar do número de clientes não ser alto, a Lastlink atende muitos ‘creators’ grandes, com centenas de milhares de seguidores e um engajamento muito forte.
Dois exemplos são William Celso, que tem 443 mil seguidores no Instagram e dá mentorias sobre construção de marcas para empresários; e Pedro Quintanilha, um especialista em vendas de recorrência que tem 132 mil seguidores e é sócio de Flavio Augusto, o fundador da Wiser Educação.
Esses empreendedores “vendem cursos e mentorias com tíquetes muito altos, algumas vezes acima de R$ 100 mil – e preferem fazer isso com a gente para ter mais segurança e controle,” disse o fundador.
Com a rodada, um dos planos do fundador é lançar outras funcionalidades, incluindo a possibilidade dos creators venderem produtos físicos por meio da plataforma, a aceitação de pagamentos internacionais e um sistema para que eles possam criar aplicativos próprios com suas marcas – por exemplo, um app que reúna todos os seus produtos num só lugar.
“Queremos entregar um ecossistema que permita que esses ‘creators’ despersonifiquem seus negócios, que muitas vezes faturam dezenas de milhões por ano, criando um negócio de fato.”
Esta é a segunda startup de Michel, que começou sua carreira como consultor de tecnologia, antes de passar seis anos na área de engenharia de software da Vale. Ele saiu da mineradora em 2016 para criar a Bume, uma ferramenta de marketing para redes sociais.
“Era um negócio que estava indo bem mas que tinha um tamanho finito, e onde eu já tinha tirado bastante leite da pedra. Em 2020, eu comecei a querer construir algo que fosse maior e que eu conseguisse trazer investidores junto.”











