O Grupo SBF, dono da Centauro e da operação da Nike no Brasil, acaba de reportar um lucro acima do consenso e uma geração de caixa operacional que superou até as melhores expectativas.
O lucro líquido ajustado do quarto tri dobrou, chegando a R$ 141 milhões – o consenso apontava para algo ao redor de R$ 100 milhões.
Mas se o lucro foi bom, a geração de caixa operacional arrebentou a boca do balão: R$ 950 milhões no tri, uma alta de 130% em relação a 2022 e o maior para um trimestre na história da Centauro.
A empresa conseguiu também uma redução de 3,8 pontos no SG&A no segundo semestre, chegando a 36,4% da receita operacional líquida.
Com isso, a alavancagem desabou no período para 1,35x. No trimestre anterior, a relação dívida líquida/EBITDA estava em 2,98x. (A companhia estava guiando 1,8x no final do ano.)
“Agora é a hora do lucro e do caixa da companhia. Isso virou nosso mantra,” o CEO Pedro Zemel disse ao Brazil Journal. “O crescimento seguro e responsável continuará por 2024 e 2025, com melhoria da rentabilidade e redução da alavancagem.”
Os estoques, que se tornaram um problema durante 2023, também estão mais controlados.
Segundo Zemel, além de terem conseguido uma redução para 168 dias (queda de 12% em comparação com o quarto tri de 2022), a qualidade do estoque está muito melhor – o que permitirá menos promoções em 2024.
“O período de markdowns ficou no passado,” disse o executivo.
Como a ordem é buscar a rentabilidade, os investimentos do SBF também vão ser mais tímidos em 2024 – algo que já aconteceu durante o ano passado.
No quarto tri, a empresa teve um capex de R$ 48,8 milhões – 68% menor do que o mesmo período de 2022. No ano, a redução foi de 24,5%.
As aberturas em 2024 devem seguir em ritmo lento, diz Zemel. No ano passado, foram apenas 18 aberturas, contra 28 em 2022.
A ação da dona da Centauro sobe 52% nos últimos 12 meses; a empresa vale R$ 3,1 bilhões na B3.