Criada entre Niterói e São Gonçalo, filha de policial e professora, neta de mãe de santo, Juliana Paes fala sobre sua trajetória improvável de modelo a atriz neste episódio de The Business Of Life, apresentado por Nilton Bonder.
A carreira de modelo começou na adolescência. O primeiro “sim” veio num encarte da Mesbla, vendendo moda praia infanto-juvenil. Mais tarde, tendo que arcar com a faculdade de Publicidade, os testes de atriz, menos previsíveis, foram perdendo espaço para trabalhos de recepcionista.
Até que a chance veio: um teste para o elenco de apoio de Malhação, durante as férias. No último semestre da faculdade, ela emplacou seu primeiro sucesso nas novelas: a personagem Ritinha em Laços de Família, de 2000.
Juliana lembra como foi a primeira reunião — e como voltou, de ônibus, com o calhamaço de roteiros no colo: “Não tinha dúvida de que daria certo. Só precisava da chance.”
A partir dali, a ascensão foi gradual. Em Celebridade, de 2003, o entrosamento com Deborah Secco e a direção de Amora Mautner ajudaram a consolidar seu nome. “Elas tinham uma coisa de… sei lá, Almodóvar e Penélope Cruz. Uma simbiose, um entendimento imediato.” Juliana voltaria a trabalhar com Amora como protagonista, em 2019 com A Dona do Pedaço, de Walcyr Carrasco.
Eleita uma das 100 pessoas mais bonitas pela revista People em 2006, Juliana foi a pivô de uma quebra de paradigmas acerca da mulher brasileira. “O padrão de beleza nesse momento, anos 2000, era muito eurocentrado,” conta.
Ela mesma não se achava bonita: “Quando começaram a se referir a mim nesse lugar da beleza, aí eu comecei a entender: eu não sou só a diferente, a exótica. Eu sou bonita.” Em 2026, a atriz retornará ao posto de rainha de bateria da Viradouro, que ocupou entre 2004 e 2008.
Pouco antes da pandemia, a Globo alterou seu regime de contratos exclusivos, passando a fechar elenco por obra. Segundo Juliana, a iniciativa foi dela: “Conforme o tempo foi passando, eu falei ‘cara, preciso desacelerar.’ Mas, eticamente falando, achava muito esquisito estar contratada e dizer não.”
Nos últimos anos, Juliana adotou um mix entre TV e streaming. Na Globo, participou dos remakes de Pantanal, em 2022, e Renascer, em 2025; no Disney+ estrelou a minissérie Vidas Bandidas em 2024 e, na Netflix, as séries Pedaço de Mim, também de 2024, e Os Donos do Jogo, lançada em outubro e com a segunda temporada já confirmada.
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