A ação do Inter subiu 5,4% hoje depois que o JP Morgan elevou sua recomendação de ‘neutro’ para ‘compra’ – logo após uma correção de quase 20% no papel nos últimos 30 dias.
Mesmo dizendo não acreditar que o banco vá atingir sua meta de ROE em seu plano 60-30-30 – 60 milhões de clientes, 30% de ROE e 30% de taxa de eficiência até 2027 – o JP Morgan aumentou o preço-alvo de US$ 7,50 para US$ 8,50, um upside potencial de 30% em relação ao preço de tela.
O analista Yuri Fernandes disse que o Inter deve continuar aumentando sua rentabilidade com reprecificações e novos produtos de crédito, além de melhorar a alavancagem operacional com as receitas crescendo a um CAGR de 38% entre 2024 e 2026 – enquanto o aumento das despesas não deve chegar a dois dígitos no período.
O JP Morgan prevê que o lucro por ação do Inter deve crescer a uma taxa média composta de cerca de 40% até 2027. O banco vê o Inter sendo negociado a 10x o lucro estimado para 2025 e 1,7x book para este ano.
Apesar do otimismo com a tese, o JP Morgan não vê o Inter alcançando o guidance de 30% do ROE previsto para 2027.
“Em nosso modelo, incorporamos um ROE de 20% para o Inter em 2027,” escreveu o analista. “Embora o plano tenha sido elaborado antes da introdução de novos produtos, ainda assim temos dificuldade em atingir esses números.”
Um desses novos produtos é o PIX Finance, que é o uso do cartão para fazer pagamentos por PIX para PFs e PJs, e que vem tendo um espaço grande na agenda do Inter.
O banco calcula que o produto alcançará R$ 700 milhões até o fim do ano e R$ 1,5 bilhão no ano que vem.
“Estimamos que esse pode ser um produto com ROE de 70% a 80%, o que é ótimo, mas dado o tamanho reduzido dessa carteira, tende a ser menos material para a lucratividade esperada pelo Inter,” escreveu Inter. “Não é uma solução milagrosa.”
O JP Morgan também calcula que o banco terá perdas um pouco maiores no PIX Finance em relação ao cartão de crédito – 6%, ante 5,5% atualmente.
“Embora esperemos provisões mais altas, também esperamos que as margens compensem e prevemos que o NIM ajustado ao risco continue se expandindo sequencialmente.”