No ano passado, o JP Morgan previu num relatório que o preço da celulose cairia ‘de paraquedas, em vez de cair em queda livre’.
Agora, o banco acha que o ‘paraquedas abriu’.
“O preço da celulose kraft na China continuou acima de US$ 800/tonelada até o final de 2022 e os preços começaram a cair no início de janeiro,” escreveu o analista Rodolfo Angele.
“Ainda que os mercados continuem apertados e o aumento de capacidade ainda esteja por vir, a melhora na logística e a demanda ainda fraca da China pesaram sobre os preços.”
O JP Morgan disse que é difícil se manter otimista com as empresas de papel e celulose diante da deterioração do momentum de lucros do setor.
O banco cortou sua estimativa para o preço da celulose kraft da China de US$ 750/tonelada para R$ 695/t e rebaixou sua recomendação para a Suzano e Klabin de ‘compra’ para ‘neutro’. Os preços-alvos para as duas ações também foram rebaixados para R$ 56 e R$ 24, respectivamente.
A chilena CMPC continua com recomendação de ‘compra’ basicamente por uma questão de valuation.
A boa notícia, segundo o banco, é que o preço da celulose deve terminar o ciclo de queda num patamar mais alto do que nos dois últimos ciclos. Em 2020, o preço da celulose encerrou o ciclo de queda em US$ 440/t; em 2021, em US$ 550/t.
Dessa vez, o JP espera que o low do preço seja algo na faixa de US$ 600-US$ 650/t, já que as pressões dos custos inflacionários afetaram toda a indústria, principalmente por conta dos maiores custos de madeiras, frete e produtos químicos.