A JHSF acaba de anunciar que está estruturando um veículo de investimentos que vai comprar todo o estoque pronto e em desenvolvimento de seu negócio de incorporação — uma transação de R$ 4,7 bilhões que será a maior deste tipo no Brasil. 

A captação já está garantida. A JHSF fechou contrato com instituições financeiras de primeira linha — cujos nomes ainda não são públicos — que deram garantia firme para 100% da operação. 

A expectativa é que a captação seja concluída até o final deste ano. 

10174 5b7b6e65 1946 0000 099a a075e61c76b6Não está claro se a gestão do fundo ficará a cargo da JHSF Capital, a gestora da companhia que tem hoje R$ 3 bilhões em ativos. Mas, considerando as operações recentes que a JHSF fez de venda de ativos para fundos, o mais provável é que sim.

Os ativos a serem adquiridos incluem todo o estoque não vendido que a JHSF tem em empreendimentos como o Boa Vista Estates; Boa Vista Village; Reserva Cidade Jardim; São Paulo Surf Club Residences; e Fazenda Santa Helena.

Com a operação, a companhia de Zeco Auriemo ficará ainda com todo seu landbank, que tem um VGV potencial de R$ 38 bilhões, nas contas da empresa. 

Futuramente, os novos projetos que serão construídos com esse landbank deverão ser alocados neste veículo ou em outros a serem criados. 

A operação de hoje não é um spin off da vertical de incorporação. 

A JHSF vai continuar com suas duas atividades — a incorporação, agora asset light, e os negócios de renda recorrente —, mas com uma estrutura de capital mais otimizada, usando recursos de terceiros para o desenvolvimento imobiliário e deixando os recursos próprios para a expansão dos seus negócios de renda (shoppings, os hotéis Fasano, o aeroporto Catarina e a gestora).

Esses negócios — a grande aposta da companhia nos últimos anos — vêm crescendo num ritmo acelerado e responderam por 74% da receita da companhia no segundo trimestre.

A JHSF fechou o segundo tri com uma dívida líquida de R$ 1,5 bilhão e uma alavancagem de 1,7x EBITDA. Depois do closing da transação anunciada hoje, ela vai passar a uma posição de caixa líquido de R$ 3,2 bilhões. 

O movimento também pode gerar uma reprecificação no valor de mercado da empresa — que fechou o dia valendo R$ 3,8 bilhões — já que “o mercado vai ter mais precisão do valor intrínseco da companhia em seus diferentes negócios,” disse uma fonte próxima à JHSF. “Essa injeção também traz uma capacidade de balanço muito diferente do que a empresa tinha, o que dá muita segurança para todo o capex que ela tem feito.”

A JHSF negocia a cerca de 6x o lucro estimado para 2026.