Quatro empreendimentos — três deles ainda na prancheta — devem mudar o eixo da Leopoldo Couto de Magalhães, uma das principais ruas que cortam a Avenida Faria Lima no coração financeiro de São Paulo.
Para evitar que o trânsito, que já não é fácil, pare de vez, brokers apostam que a Prefeitura terá que transformar a Leopoldo em mão única.
O primeiro projeto é um novo shopping de alto luxo da JHSF. A companhia comprou o imóvel onde fica a Casa Fasano, na Leopoldo; o terreno adjacente, onde hoje há uma agência do Itaú, na esquina da Faria Lima; e um terceiro terreno na Rua Professor Atílio Innocenti.
Num leilão em dezembro, a empresa comprou Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPACs) que lhe permitirão aumentar a área bruta locável. O leilão — de potencial construtivo de 90 mil metros quadrados — começou a R$ 6 mil/metro quadrado e terminou em R$ 17 mil, com a Prefeitura arrecadando R$ 1,6 bilhão.
Para financiar a compra, a JHSF emitiu R$ 120 milhões em debêntures, compradas pelo fundo XP Malls. O fundo emprestou o dinheiro a CDI em troca do direito de converter a dívida em participação no empreendimento.
O shopping, que terá no mínimo 12.800 metros quadrados, vai ser um enclave num eixo dominado pelo Iguatemi – ao ser construído na metade do caminho entre o Shopping Iguatemi original e o JK Iguatemi. A obra ainda não tem data para começar porque o projeto ainda está em aprovação. Dada a burocracia, é concebível que o processo todo demore um ano e meio.
O novo shopping terá um vizinho. O empresário Carlos Alberto Mansur, dono do Banco Industrial do Brasil (BIB), pretende incorporar uma torre de escritórios que ocupará metade do quarteirão da Atílio, fontes do setor disseram ao Brazil Journal. Segundo elas, Mansur comprou CPACs no mesmo leilão.
Os dois empreendimentos vão nascer em frente ao B32, o prédio de escritórios triple-A que ficará pronto entre abril e maio e deve ter o Facebook como seu primeiro locatário.
O B32 foi incorporado pela Faria Lima Prime Properties, que tem como maior acionista a Partage, a holding imobiliária da família Baptista, uma das sócias do laboratório Aché e um dos maiores investidores imobiliários de São Paulo. O projeto é de Rafael Birmann, o incorporador que trouxe o conceito de edifício comercial AAA para o Brasil.
Finalmente, três quarteirões adiante, na direção da Avenida Santo Amaro, a GTIS Partners planeja um projeto multiuso no terreno de 20 mil metros quadrados onde hoje está o Extra Itaim.
No mercado se diz que o projeto terá uma ou mais torres corporativas viradas para a Avenida JK, uma torre residencial virada para a Leopoldo, além de lojas e restaurantes no térreo. Mas, se a conta não fechar, a GTIS pode decidir fazer um projeto apenas de escritórios, disse uma fonte do setor.
A GTIS, uma gestora imobiliária global com histórico no Brasil, comprou o Extra Itaim da Gazit há dois anos, pagando R$ 350 milhões. No leilão de dezembro, a gestora comprou CPACs para aumentar seu potencial construtivo.
UPDATE: Logo antes do começo da Leopoldo, a incoporadora SDI e a gestora Tellus tambem vão lançar um projeto chamado JK Square, que ocupará quase um quarteirão, com fachadas para as ruas Tenente Negrão, Ibiaté e Joaquim Floriano. O empreendimento de 40 mil metros quadrados de área bruta locável terá escritórios, lojas, apartamentos e um hotel.
O projeto foi desenvolvido pelo Kohn Pedersen Fox (KPF), a firma que desenhou o Hudson Yards em Nova York.
AINDA NA FARIA LIMA…