O Assaí caía 5,6% a uma hora do fechamento do pregão depois que o CEO Belmiro Gomes disse numa entrevista ao Valor que a empresa pode vender lojas para reduzir seu endividamento.
Há duas semanas, a ação também caiu forte depois que um executivo da empresa disse estar considerando uma oferta primária para reduzir sua dívida — o que a empresa negou depois da reação do mercado.
Os dois episódios ocorrem num momento de transição de poder na companhia, com Belmiro assumindo o controle da gestão e nomeando um novo conselho após o Casino reduzir sua participação para apenas 11%.
“A mensagem está muito confusa: primeiro o balão de ensaio da oferta primária, e agora essa ideia de venda de ativos.
O management parece muito desconfortável com o endividamento e isso passa insegurança para o mercado,” disse um gestor comprado na ação.
Os números de endividamento do Assaí parecem confortáveis — ao redor de 2,5 vezes EBITDA — com forte geração de caixa, “mas o plano de investimentos agressivo e mais a proposta de remuneração dos administradores com incentivos voltados para mais crescimento geram uma dinâmica preocupante,” disse um analista que cobre o papel.
Após os dois follow-ons realizados pelo Casino em novembro e março, o Assaí se tornou uma corporação de fato e sua ação entrou na carteira de muitos novos gestores, que agora estão focando na gestão financeira e estratégica da companhia.