O Itaú Unibanco entregou um resultado trimestral que analistas do sellside consideraram forte, consistente e sem surpresas.
Agora, o mercado tenta antecipar o que dá para esperar de um banco que surpreendeu nos últimos anos e abriu um gap em relação à concorrência.
O lucro no terceiro tri chegou a R$ 11,9 bilhões, pouco acima do consenso. O crescimento foi de 3,2% frente ao segundo tri e de 11,3% na comparação anual.
O ROE ficou em 23,3% – estável em relação ao trimestre anterior e maior que os 22,7% de um ano atrás.
A carteira de crédito teve uma expansão de 0,9% no consolidado e de 1,2% no Brasil no tri a tri. Em relação ao mesmo período de 2024, o aumento foi de 6,4% e de 7,8%, respectivamente.
A margem com clientes cresceu menos que a carteira na comparação trimestral: 0,5%. Com isso, a margem em relação aos ativos remuneráveis diminuiu de 9,2% para 9% no período.
Frente ao terceiro trimestre de 2024, porém, o aumento foi maior, de 11%.
A margem com o mercado ficou acima do esperado. Isso levou o Itaú a elevar o guidance dessa linha para o intervalo entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões em 2025 – a expectativa anterior era de um ganho de R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões.
A inadimplência acima de 90 dias ficou estável em 1,9% no consolidado e 2% no Brasil. Mas houve um aumento de 0,3 ponto percentual entre junho e setembro nos atrasos entre 15 e 90 dias – com isso, essa taxa chegou a 2% no consolidado e 1,9% no Brasil.
O motivo, segundo o Itaú, foi o default de uma empresa, que já foi totalmente provisionado.

O índice de capital principal chegou a 13,5%, indicando que há espaço para uma distribuição adicional de dividendos.
Depois de mais um resultado sólido, o mercado agora passa a olhar menos para o passado e mais para o que o CEO Milton Maluhy será capaz de entregar.
“O Itaú se distanciou dos concorrentes nos últimos anos. Só que os demais bancos estão fazendo a lição de casa: será que eles vão se aproximar ou o Itaú consegue manter esse gap?,” disse um analista.
Hoje, segundo esse analista, a ação do Itaú precifica um crescimento de lucro entre 9% e 10% neste ano – abaixo da média de 10% a 15% dos últimos três anos.
O lado positivo é que o banco está bem provisionado e em meio a um processo de mudança que pode abrir novas avenidas de crescimento. “O mercado sempre quer mais.”











