O Itaú BBA está enxergando uma oportunidade no setor de saúde montando uma posição long em Hapvida financiada por um short em Rede D’Or.
“Embora a ação da Hapvida tenha performado acima dos concorrentes, principalmente desde os resultados do segundo trimestre, ainda vemos um momento favorável para o papel por conta das boas perspectivas de crescimento da empresa no curto prazo e do fato de ela estar também no segmento de planos de saúde”, escreveu o estrategista Marcelo Sá.
Para ele, apesar de o cenário macro do segundo semestre não ser tão favorável como foi o primeiro para o crescimento do setor como um todo, a Hapvida deverá continuar ganhando market share às custas dos seus concorrentes, se beneficiando do fato de que os altos níveis de sinistralidade na indústria limitam a competitividade e a agressividade das empresas para reter e conquistar novos clientes.
Segundo o estrategista do Itaú, embora as negociações de preços com os clientes no cenário atual possam implicar em uma recuperação mais gradual dos tíquetes médios, a Hapvida pode se beneficiar de um um trade down na indústria.
Já a Rede D’Or, escreveu o estrategista, apesar dos fundamentos sólidos e do forte crescimento dos lucros no longo prazo, está com pressão nas estimativas de curto prazo principalmente pelo menor crescimento do tíquete médio à frente.
“Não vemos triggers positivos para a ação até o final do ano, quando pode começar a surgir novidades do CADE e da ANS sobre a compra da SulAmérica,” escreveu Marcelo.
O Itaú disse que a Hapvida está negociando a 26x o lucro estimado para 2023, abaixo das 31x da Rede D’Or.
Também hoje, Vinicius Figueiredo, analista de saúde do Itaú BBA reduziu as estimativas para a Rede D’Or, mantendo a recomendação ‘outperform’. O preço-alvo para 2023 é R$ 41, com upside de 33%. O target anterior era de R$ 45 para 2022.
Para o analista, o tíquete médio da empresa crescerá menos do que o esperado no segundo semestre, uma vez que as negociações entre a rede hospitalar e seus principais ‘pagadores’ – os planos de saúde – provavelmente levarão mais tempo do que o previsto. O Itaú espera uma recuperação “muito gradual” nos tíquetes, com +2,5% no terceiro trimestre e +3,9% no quarto.
O Itaú vê a empresa registrando um crescimento médio de lucro líquido de 49% para 2022-26 e uma TIR de três anos de 23%. No curto prazo, o analista reduziu a estimativa de lucro em 22% para 2022 e em 23% para 2023.