Um dos grandes arquitetos contemporâneos, o paulista Isay Weinfeld diz que prefere errar a repetir alguma coisa “só porque deu certo”. “Se não é instigante, para mim, é o fim.”
Na sua visão, o arquiteto é um servidor, que tem obrigação de respeitar o que o cliente quer. “Não consigo entender um arquiteto que fala que tal projeto era bom até chegar o cliente e destruir. Não existe isso”, conta a Nilton Bonder neste episódio do The Business of Life.
“Eu não conseguiria morar em nenhuma casa que fiz, porque não têm a ver comigo. E isso é bom, é um bom sinal.”
Weinfeld assina projetos como a Livraria da Vila do shopping Cidade Jardim, a loja Havaianas e o Edifício 360º – que fica no Alto da Lapa, em São Paulo, e foi construído para que os moradores tivessem uma visão completa da região.
Desde o início de sua carreira, há 50 anos, a direção no seu escritório é: não ser especialista em nada. “Não tenho interesse em fazer uma coisa só. Nem a arquitetura é a coisa mais importante da minha vida. Vai muito além disso.”
Para Weinfeld, explorar áreas além da arquitetura é uma forma de expandir a criatividade e mostrar outros traços de sua personalidade.“Não fico confortável sendo só arquiteto. Minha vida é plural, diversa.”
Filho de um imigrante polonês e formado em arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, nos anos 1970, Weinfeld chegou a atuar também como cineasta.
Nas décadas de 80 e 90, produziu e dirigiu – juntamente com o também arquiteto e amigo pessoal Marcio Kogan – vários curtas e o longa-metragem “Fogo e Paixão”, com Fernanda Montenegro e Rita Lee no elenco.
Em 1984, seu curta chamado “Idos com o Vento” conquistou o prêmio de melhor filme do Festival de Gramado e do Festival de Huelva, na Espanha.
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