O Bradesco BBI acaba de rebaixar sua recomendação para a ISA CTEEP para ‘underperform’, dado que a companhia de transmissão de energia deve pagar dividendos mais magros nos próximos anos.
No downgrade, os analistas também citaram a revisão periódica da RAP (a receita anual permitida definida pelo regulador) de um dos principais ativos da companhia, o que deve afetar de forma relevante a receita.
Outro ponto de atenção: a disciplina na alocação de capital da ISA CTEEP num cenário onde os leilões de transmissão têm saído com retornos menos atrativos. (No leilão de junho, por exemplo, a TIR real média ficou em “magros” 7,7%).
O analista Francisco Navarrete disse que os “riscos relevantes de curto prazo não estão completamente refletidos no valuation.”
“No nosso cenário-base, a ISA CTEEP negocia a uma TIR real de 8,2%, em linha com a Alupar, que tem seu capital controlado por players privados,” escreveu.
O principal ponto do call de venda, no entanto, são os dividendos — um dos principais atributos que os investidores buscam na ISA CTEEP e em empresas de transmissão de modo geral.
A companhia tem indicado que, daqui para frente, terá um payout de 75% de seu lucro regulatório, o que representaria um dividend yield de 5%, 6% e 8% para 2022, 2023 e 2024, nas estimativas do Bradesco.
Para efeito de comparação, no período de 2015 até 2021, a ISA CTEEP operou com um payout médio de 130%.
O Bradesco também notou que a companhia tem um compromisso de capex de R$ 7 bilhões entre 2023 e 2026. Por conta disso, o banco estima que a empresa vai manter sua alavancagem em 3-3,2x o EBITDA. “Com covenants de até 3,5x, a companhia tem espaço limitado para pagar dividendos maiores e continuar crescendo com investimentos greenfield,” escreveu Navarrete.
Outro problema que a ISA CTEEP vai enfrentar é a revisão periódica da RAP (receita anual permitida) de um de seus principais ativos, responsável por 37% da receita.