A BR Partners disse que voltou a crescer sua franquia de clientes depois de dois trimestres de queda, com os negócios de investment banking e mercado de capitais retomando ao patamar de 2022.
“O mercado de IB nos EUA está caindo 60%, e alguns concorrentes locais se beneficiaram muito de uma grande transação no último trimestre, da qual não participamos,” o CEO Ricardo Lacerda disse ao Brazil Journal. “Em meio a essa tormenta, nossa franquia tem atravessado esse momento de mercado com muita resiliência.”
O banco disse que faturou R$ 79,5 milhões no terceiro trimestre com sua franquia de clientes – que engloba investment banking, mercado de capitais, tesouraria e investimentos – um crescimento de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Começando por este tri, o banco passou a reportar a receita de mercado de capitais junto com o IB, da mesma forma que o BTG Pactual. Essa linha cresceu 0,4% na comparação anual, para R$ 63,5 milhões.
“Esse banco tem conseguido escapar da ciclicidade brutal do mercado de M&As,” diz um gestor comprado no papel. “Já são 10 trimestres desde o IPO com consistência no resultado.”
A empresa disse que o ambiente para M&As continua “difícil e desafiador” com maior mortalidade de deals e transações que demoram mais para se efetivar, mas disse que tem compensado essa fraqueza com uma prática crescente de reestruturação de empresas e renovação do pipeline.
Desde o início do ano, o banco anunciou 18 transações de IB – 9 eram deals de restructuring. O banco tem trabalhado com clientes como Lojas Marisa, Light e Zelo, a varejista de móveis.
Ainda assim, o M&A ainda dá algumas alegrias.
A BR Partners está assessorando a família Magalhães Pinto na venda da massa falida do Banco Nacional para o BTG. No mercado de fusões e aquisições, os fees aparecem no resultado nos semestres seguintes ao anúncio das transações, o que permite uma certa previsibilidade dos resultados.
“Nosso pipeline continua muito forte, só precisamos de uma certa ajuda de mercado para melhorar a taxa de sucesso das transações,” disse Jairo Loureiro, o chefe de investment banking da BR Partners.
O lucro líquido do banco foi de R$ 40,1 milhões, um crescimento de 21% na comparação anual e de 3,7% na sequencial. A margem ficou em 36,7%, em linha com a do segundo tri, mesmo com o banco investindo fortemente na sua recém-anunciada área de Wealth Management.
O ROE foi de 20,3%, em comparação aos 19,6% do trimestre anterior.
A BR Partners também anunciou que vai pagar um “superdividendo” de R$ 69 milhões, o equivalente a R$ 0,66 por unit, elevando o dividend yield acumulado do ano para cerca de 8,1% num momento de incerteza sobre os impactos da reforma tributária. O payout do ano está perto de 95%.
O banco vale R$ 1,34 bi na Bolsa.