O Banco Inter — que fez seu nome oferecendo uma conta corrente sem taxas — começou a oferecer hoje uma plataforma aberta de investimentos que inclui um homebroker gratuito, serviços de câmbio e mais de 20 fundos, incluindo previdência privada.
 
Ao lançar a plataforma, o CEO do Inter, João Vitor Menin, disse que o banco já está próximo da marca de 1,4 milhão de contas. 
 
“Se o nosso ritmo de abertura de contas se mantiver — hoje são 7.000 por dia — podemos mais que dobrar a nossa base de clientes em um ano,” disse Menin.
 
A plataforma aberta significa que o cliente do Inter poderá, a partir de agora, acessar uma série de investimentos pelo aplicativo mobile do banco, como CDBs, LCAs, LCIs — antes, estes investimentos estavam disponíveis apenas na versão desktop do site.
 
Além de tornar a experiência do cliente mais completa, a oferta de produtos no app deve permitir que o Inter capte mais recursos de seus próprios correntistas, o que pode ajudar a reduzir seu custo de ‘funding’.
 
Nos últimos três meses, quando passou a disponibilizar contas de poupança no app, o Inter captou cerca de 20 mil novas contas de pessoas que não tinham investimentos no banco.
 
A chamada Plataforma Aberta Inter (PAI) — talvez um nome muito ‘nerd’ para um banco cuja missão é ser descolado — inclui ainda serviços de câmbio e fundos VGBL e PGBL em parceria com a Icatu Seguros.
 
O homebroker gratuito será disponibilizado gradualmente para todos os clientes do banco nas próximas semanas.
 
O Inter consegue oferecer serviços gratuitos como conta corrente e o próprio homebroker porque, além de não ter que arcar com os custos de uma rede de agências, o banco se remunera com o ‘float’ dos depósitos e com produtos como empréstimos, seguros e recargas de celular.
 
Para descobrir os produtos que precisava colocar na prateleira, o Inter monitorou as redes sociais, onde os clientes frequentemente elogiam o banco mas reclamam que “só falta” a oferta de um determinado serviço.
 
Rafael Rodrigues, que lidera a área de investimentos do banco, disse que o Inter quer “desintermediar a arquitetura aberta”.

“Todas as outras plataformas são baseadas na figura do agente autônomo. Quando o cliente vê na tela que pode escolher entre 20 fundos macro, ele congela. Aí você precisa do precisa do agente autônomo, com os conflitos que existem nessa relação.  Nós vamos fazer diferente. Com o tempo e análise de dados, a nossa tecnologia vai indicar ao cliente o melhor produto de uma forma personalizada.”

A PAI segmentou os clientes em três categorias: até R$ 250 mil (Digital); de R$ 250 mil a R$ 2 milhões (Black); e acima de R$ 2 milhões (Private).