A Intelbras reduziu em R$ 80 milhões o preço de compra da Renovigi, a fabricante de sistemas fotovoltaicos que adquiriu em fevereiro.

Depois de ajustes no estoque e no capital de giro, o preço caiu de R$ 334 milhões para R$ 254 milhões.

Segundo Osni Carfi, que cobre o papel no BTG, o ajuste foi  “por conta de estoque avariado — mas contabilizado como ativo bom no balanço da empresa — e uma entrega operacional abaixo das metas pré-estabelecidas (que já está no radar do mercado, então a notícia é naturalmente positiva).”

A Renovigi hoje é o único pedaço da Intelbras que não está redondo.  Com o closing da aquisição, a empresa passou a consolidar os números em maio, e o mercado já viu que não houve crescimento orgânico na Renovigi do segundo tri para o terceiro tri.

A empresa já estava em situação fragilizada quando a Intelbras fez a aquisição — e por isso conseguiu pagar um múltiplo relativamente barato, de 8,7x EV/EBITDA 2021 (comparado aos 25x da Intelbras à época).

No Investor Day da semana passada, o CEO Altair Silvestri passou boa parte do tempo explicando o que seu time está fazendo para arredondar a operação.

Enquanto o negócio de geração solar da Intelbras tem margem líquida de 9-10%, a margem da Renovigi hoje é em zero. (A empresa faturou R$ 800 milhões em 2021).

“Se a Intelbras conseguir normalizar a margem líquida da Renovigi — e eu acho que vão conseguir — a Renovigi pode gerar de R$ 70 milhões a R$ 90 milhões de lucro no ano que vem, o que traria o múltiplo da compra para 3 a 4 vezes lucro,” disse Osni.

A Intelbras hoje negocia a 16x o lucro estimado para 2023 e vale R$ 10,5 bi na Bolsa.