A Hypera comprou 12 marcas de medicamentos da Sanofi, numa aquisição que adiciona uma linha de produtos de alto crescimento ao portfólio da empresa.
A Hypera está pagando US$ 190 milhões — cerca de R$ 1 bilhão — por marcas icônicas, incluindo o analgésico AAS, o antisséptico Cepacol e o fitoterápico Naturetti. O pacote inclui ainda a Buclina, para estímulo de apetite, e o Hidantal, para tratamento de epilepsia.
O pacote de medicamentos objeto da transação tem margens mais altas que a da Hypera e tem crescido a um ritmo forte — mid-single digits — apesar de receber poucos investimentos de marketing da Sanofi.
Agora, a Hypera espera acelerar esse crescimento ampliando a linha de produtos (particularmente via brand extension), aumentando os gastos com publicidade e plugando os remédios em suas fábricas, que tem incentivos fiscais.
As marcas adquiridas têm mercado no Brasil, México e Colômbia, mas a Hypera deve ficar com as marcas apenas no Brasil.
A transação implica um múltiplo 4x a receita líquida do portfólio no ano passado, 8x EBITDA deste ano — comparado aos 14x a que a Hypera negocia — e aumenta o faturamento da companhia em R$ 250 milhões e o EBITDA, em R$ 125 milhões.
A Hypera faturou R$ 4 bilhões no ano passado com margem EBITDA de 35%.
Até que a Hypera obtenha os registros na Anvisa e adapte sua linha de produção, a Sanofi continuará fornecendo os medicamentos.
A aquisição vem um ano depois da Hypera pagar quase US$ 900 milhões por 18 marcas de medicamentos da Takeda, incluindo Neosaldina, Dramin e Eparema.
Analistas estimam que a Hypera tenha hoje cerca de R$ 2 bilhões em caixa, depois de vender um CD no começo do segundo tri. A empresa tem dívida líquida estimada em R$ 5 bi, uma alavancagem de 2,5x o EBITDA esperado para este ano.
A Deloitte assessorou a Sanofi.