A PetroRio acaba de ser escolhida para ficar com os campos Albacora e a Albacora Leste, na Bacia de Campos, colocados à venda pela Petrobras.
A oferta da empresa venceu a apresentada pelo consórcio que reunia o fundo de private equity EIG e as brasileiras Enauta e 3R Petroleum.
O mercado estima o valor do negócio em US$ 4 bilhões, e a empresa deve ter que levantar mais capital na forma de equity para financiar a compra.
A empresa valia R$ 22 bilhões na B3 antes da notícia. O papel foi suspenso na B3 para o anúncio, e opera em alta de 22% no início da tarde.
Analistas estimam que o negócio tem potencial de dobrar o valor de mercado da PetroRio pelo impacto que terá em sua capacidade de produção.
Hoje, a PetroRio produz 35 mil barris de óleo por dia. Albacora e Albacora Leste, juntos, produzem mais de 75 mil barris/dia, mas a participação líquida da PetroRio nos dois campos equivale a 55 mil barris/dia.
A situação individual de cada campo é a seguinte: em Albacora, onde a Petrobras está vendendo 100% do campo, a PetroRio tem 70% do consórcio, e uma empresa espanhola tem os outros 30%. Em Albacora Leste, a Petrobras está vendendo os 90% que possui no campo, e a PetroRio está levando tudo sozinha.
A PetroRio teve que participar de um rebid em Albacora Leste depois que sua oferta pelo campo foi menos de 10% melhor que a do consórcio da Enauta.
Agora, Petrobras e PetroRio vão iniciar negociações exclusivas, e a expectativa é que a transação possa ser concluída no início do ano que vem.
Essas negociações, no entanto, costumam ser delicadas e demoradas. Se as duas partes eventualmente não chegarem a um acordo, em tese a Petrobras ainda pode levar Albacora Leste a um novo rebid.