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Hering acerta a mão e tem melhor venda desde 2011
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Depois de muito bater cabeça, a Cia. Hering botou a cabeça no lugar.
Na prévia operacional do quarto trimestre divulgada agora há pouco, a Hering disse que suas vendas no conceito ‘mesmas lojas’ subiram 13%.
Esta é a primeira vez que a companhia tem um aumento de vendas de dois dígitos desde o segundo tri de 2011. (Na época, para se ter uma ideia, Dilma Rousseff recém começava seu primeiro mandato.)
Foi um presente de filho pra pai.
A performance robusta é um sinal de que a estratégia do novo diretor da marca Hering começa a dar frutos: Thiago Hering assumiu o cargo em julho de 2018, depois de uma carreira bem sucedida como franqueado da empresa onde seu pai, Fabio Hering, é o CEO e acionista de referência.
A Hering também surpreendeu no ecommerce, cujas vendas cresceram 27,4% depois de quatro trimestres de performance errática — incluindo um tri de +8% e outro de -1,8%. O progresso no canal cai na conta do diretor digital da companhia, Guilherme Farinelli, que se juntou à Hering em julho passado depois de quase quatro anos no Boticário.
No lado “meio vazio” da prévia de hoje, o canal multimarcas continua sofrendo, com uma queda de vendas de 7,8%.
A Hering disse que sua venda bruta caiu 1,4% no trimestre, na comparação com o mesmo tri de 2017. Dado o avanço nas vendas nas mesmas lojas, isso pode parecer contraintuitivo, mas é fácil de explicar: enquanto as vendas ‘mesmas lojas’ medem a venda para o consumidor final — o chamado ‘sell out’ — o faturamento da Hering é composto do que ela vende para franqueados, multimarcas e lojas próprias.
Há alguns meses, a companhia passou a orientar seus franqueados a fazerem suas compras com base no ’sell-out’ que eles observaram um ano antes, em vez de forçar uma venda maior (o ’sell-in’), o que melhorava temporariamente o resultado da companhia mas gerava um acúmulo de estoque no lojista.
A ação da Hering sobe 27% nos últimos 12 meses e negocia a 18 vezes o lucro estimado para 2019. A Renner negocia a 25 vezes.