Hapvida e Intermédica reportaram resultados fracos para o quarto trimestre, com crescimento de receita orgânica e de beneficiários abaixo do esperado pelos analistas do BTG Pactual.
As empresas divulgaram os números separadamente, mas os analistas fizeram também a análise dos dados consolidados.
No trimestre passado, a expansão da receita líquida das duas empresas combinadas foi de 15%, ficando 5% abaixo do esperado pelos analistas – as empresas entregaram pouco crescimento orgânico e a receita foi impulsionada pela consolidação de fusões e aquisições.
Juntas, Hapvida e Intermédica adicionaram 58 mil beneficiários nos planos de saúde, enquanto os analistas do BTG esperavam 85 mil. (A Hapvida adicionou 14 mil novas vidas; o BTG esperava 35 mil; a Intermédica, 44 mil, em linha com o esperado.)
Os analistas também disseram que a sinistralidade, ou ‘medical loss ratio’ (MLR) permanece em níveis acima do normal – no quarto trimestre, o MLR consolidado foi de 71% 5 pontos percentuais acima do 4T20, pressionando a margem EBITDA ajustada, que caiu 5,5 pontos percentuais, para 11%.
As empresas ainda estão vendo sinistros relevantes por conta da covid, totalizando R$ 140 milhões no trimestre, e estão consolidando empresas que têm MLRs mais altos.
O EBITDA das companhias combinadas foi de R$ 660 milhões e o lucro foi de R$ 396 milhões no tri – ambos com queda de 23% e 20% abaixo do esperado pelo BTG.
Mas para o BTG, o pior já passou.
“Continuamos confiantes de que os ganhos de escala consideráveis com a fusão das duas empresas e a eficiência do modelo de negócios verticalmente integrado prevalecerão este ano”, escreveram os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima.
Eles acreditam que a estratégia comercial conjunta das empresas começará a dar frutos a partir do segundo trimestre.
A ação da Hapvida é ‘top pick’ para o BTG, com preço-alvo de R$ 15,50, um upside de 30%.