A Goldman Sachs reportou mais um trimestre de queda expressivo no lucro — o quarto consecutivo — e disse que fará uma reorganização de sua estrutura de negócios, a terceira desde que o CEO David Solomon assumiu o comando em 2018.

A Goldman está dando um passo atrás no negócio de varejo para focar nas verticais que sempre foram seu forte (e trouxeram dinheiro para a mesa): servir grandes corporações, e atender high net worth individuals. 

No terceiro trimestre, a Goldman reportou um lucro líquido de R$ 3,1 bilhões, uma queda de 43% em comparação com o mesmo tri do ano passado.

O resultado não foi exatamente uma surpresa para o mercado: o consenso dos analistas era ainda menor, de um lucro de R$ 2,9 bilhões. 

A Goldman está tendo que lidar com uma desaceleração prolongada em sua divisão de investment banking e uma marcação a mercado negativa de alguns investimentos de sua gestora. 

Seu banco digital, o Marcus, tem perdido dinheiro desde que foi criado em 2016 e os custos vem escalando — colocando a vertical sob o escrutínio dos investidores. 

Nesse cenário, o CEO anunciou ontem que vai fazer uma nova reorganização do banco — a terceira desde que assumiu o comando em 2018. 

As quatro principais verticais da Goldman serão combinadas em três, com a fusão das operações de trading e investment banking (que são as maiores geradoras de receita da empresa). 

Já a vertical de consumer finance (que abriga o Marcus) será dividida em duas novas divisões — com uma delas sendo incorporada pela área de wealth e asset management e a outra indo para uma divisão focada em clientes corporativos. 

Essa divisão, batizada de Platform Solutions, vai abrigar a recém criada operação de cash management digital para empresas, a fintech GreenSky (que o banco comprou recentemente), e a operação de cartões em parceria com a Apple e a GM, segundo o The Wall Street Journal, que reportou a reorganização em primeira mão. 

“Alinhar mais o nosso banco digital com nosso negócio de wealth management é um lugar melhor para estarmos focados do que ficar massivamente buscando clientes,” Solomon disse numa entrevista à CNBC.

“O conceito de ser realmente amplo com uma pegada focada no consumidor de varejo não está jogando bem com nossas forças,” disse ele. “Mas quando você olha para nossa plataforma de wealth… a habilidade de adicionar serviços de banking a isso e alinhar as duas coisas joga muito bem com nossas forças.”