O economista-chefe da Goldman Sachs, Jan Hatzius, reduziu para 25% a probabilidade de os EUA entrarem em recessão nos próximos 12 meses.
Em março, logo depois da breve crise bancária desencadeada pelo colapso do Silicon Valley Bank, Hatzius havia elevado a probabilidade para 35%.
O economista do Goldman se mantém bem mais otimista do que o consenso de mercado, que vê uma probabilidade de 65% de o país sofrer uma contração na economia nos próximos meses, segundo a Bloomberg.
Segundo Hatzius, a sua decisão de rever para baixo a probabilidade se deve a dois fatores. O primeiro é que saiu de cena “o risco de cauda de uma batalha disruptiva” na negociação do teto da dívida americana. Além disso – e “mais importante” –, o estresse bancário não se alongou, graças à contenção da fuga de depósitos nos bancos regionais e à estabilização do crédito.
“Isso nos deixa com uma estimativa de 1,8% de crescimento para 2023,” disse Hatzius num relatório enviado hoje a clientes.
A grande questão em aberto é se o Fed será capaz de fazer a inflação convergir para a meta de 2% sem provocar uma recessão. No momento, a inflação permanece acima de 4%.
O ponto-chave a ser observado, diz o economista, é se o mercado de trabalho vai se reequilibrar, perdendo força de maneira gradual e sem solavancos. “A maioria das notícias, com relação a esse respeito, tem sido positiva,” escreve o economista.
A próxima reunião do Fed acontece na próxima semana, e a expectativa é que ocorra uma pausa na alta dos juros, que devem ficar estáveis na banda entre 5% e 5,25%. Essa é a opinião de Hatzius, tendo em vista as sinalizações emitidas pelo presidente do Fed, Jay Powell. Mas, para o economista, uma nova alta de 0,25 ponto percentual poderá ocorrer em julho.
Ele projeta que em dezembro a inflação americana – medida pelo PCE – esteja rodando a 3,7%.