Magnificent Seven no more.
A Goldman Sachs cortou o preço-alvo para o S&P 500 – e disse que as sete grandes empresas de tecnologia, as ‘Magnificent 7,’ agora se transformaram nas ‘Maleficent 7’ – as ‘sete malévolas’ do mercado acionário.
Os estrategistas de renda variável do banco agora esperam que o S&P 500 encerre o ano em 6.200 pontos, ante a estimativa anterior de 6.500.
O novo preço é um upside de 11% em relação ao nível atual – considerando um cenário-base em que a economia americana não entrará em recessão.
O banco disse que seu ‘múltiplo justo’ para o S&P é de 20x lucro, em linha com o múltiplo atual.
A Goldman atribui a revisão das estimativas à incerteza com relação ao crescimento da economia e ao desmonte de posições de hedge funds. Mais da metade da revisão de cenário se deveu à reavaliação das Mag 7.
“Nossas novas estimativas refletem a previsão de crescimento do PIB recentemente reduzida pela nossa equipe de macroeconomia dos EUA, tarifas comerciais mais altas e um maior nível de incerteza, normalmente associado a um maior prêmio de risco de ações,” diz o time liderado pelo estrategista-chefe de ações, David Kostin.
Depois de atingir seu all-time high em 19 de fevereiro, o S&P 500 já caiu 9%. No ano, o recuo foi de 5%, puxado pelo tombo de 14% das Mag 7.
Boa parte da queda das gigantes de tecnologia foi devido ao desmonte das posições de hedge funds. Essas ações estão agora com o menor prêmio em relação ao restante do S&P 500 desde 2017. O P/E delas recuou de 30x para 26x.
Segundo a Goldman, o aumento acentuado no Índice de Incerteza da Política Econômica (Economic Policy Uncertainty Index) levou muitos gestores a questionar o impacto de uma recessão sobre o mercado de ações.
“Historicamente, o declínio médio do pico ao vale nos lucros do S&P 500 durante 12 crises econômicas desde a Segunda Guerra Mundial foi de 13%,” diz o relatório. “Durante as recessões, o nível do índice normalmente cai 24% em relação ao seu pico.”
Na estimativa da Goldman, a alíquota efetiva média de importação dos EUA deverá subir em torno de 10 pontos percentuais, para 13%. Segundo o banco, cada 5 pontos de elevação derruba os lucros das empresas entre 1% e 2%.
Para o banco, uma revisão para cima do cenário para a Bolsa americana dependerá de uma melhora nos números da economia e “mudança nas políticas tarifárias.” O time citou ainda questões técnicas do posicionamento dos investidores entre ações cíclicas e defensivas.
“Os investidores precisarão de um catalisador que melhore a perspectiva de crescimento ou de uma assimetria evidente para cima, antes de tentarem pegar a faca caindo e reverter o momento,” disse o banco.
“A rotação que vimos de setores cíclicos para setores defensivos sugere que as ações já precificam uma taxa de crescimento ligeiramente abaixo do cenário-base de nossos economistas.”