A Petrobras precisa ser “as big as possible” – tão grande quanto for possível – para assegurar seus objetivos de crescimento no longo prazo, a CEO Magda Chambriard disse ao Financial Times.
“Quando olhamos para aquilo que desejamos ser em 2050, dizemos que é ser ‘as big as possible’ e pelo menos crescermos em um ritmo similar ao do Brasil,” disse a presidente da companhia em sua primeira entrevista à grande imprensa internacional desde sua posse na empresa, em maio.
O FT lembrou que a Petrobras elevou em 9% os investimentos previstos para os próximos cinco anos, totalizando US$ 111 bilhões.
A CEO disse que o aumento no capex é essencial para a “sobrevivência e longevidade” da companhia.
“Vamos crescer em petróleo e aumentar a geração de energia, incluindo fontes renováveis,” disse ela.
As áreas de petróleo e gás deverão receber 70% dos investimentos previstos até 2029. Os projetos de baixo carbono tiveram um aumento de 20% para US$ 16,3 bilhões, enquanto o capex em petroquímica e fertilizantes subiu 17%, para quase US$ 20 bilhões.
“Vemos uma grande companhia, integrada verticalmente, operando em diversos segmentos e contribuindo para a transição energética,” Chambriard disse ao FT, ecoando o projeto do Governo Lula de – assim como no passado – usar a estatal para potencializar seus objetivos de política industrial.
Chambriard assumiu em maio, depois da queda de Jean Paul Prates, demitido por causa de desentendimentos com Lula e outros ministros a respeito dos planos de investimentos e do pagamento de dividendos.
Na entrevista ao FT, Chambriard confirmou que tem o apoio do Governo para desembolsar entre US$ 45 bi e US$ 55 em dividendos nos próximos anos, com espaço para US$ 10 bi adicionais.