O Itaú acha que a queda de 26% no valor de mercado da Globant – a empresa argentina de TI listada na NYSE – é exagerada e oferece um ponto de entrada.

A companhia de Martín Migoya tombou 26% desde o dia 20, quando publicou seu quarto tri e um guidance fraco para 2025.

Martin Migoya

Com a ação negociando agora a 23x lucro, o Itaú vê um desconto de 19% em relação ao múltiplo dos últimos 12 meses.

O banco tem recomendação de compra para a ação e preço-alvo de US$ 256, um upside de 64% em relação ao fechamento de ontem, de US$ 156. 

No início da tarde, o papel sobe 0,5% para US$ 156,80.

O selloff na Globant ocorreu porque a empresa divulgou um guidance abaixo do consenso para 2025 — mesmo após analistas já terem atualizado suas projeções para baixo nos últimos dois meses.

Pesaram as incertezas em relação à operação na América Latina, que responde por cerca de 20% da receita da companhia. Depois de um quarto tri fraco, a empresa disse esperar mais dificuldades na região este ano, com pressões no câmbio e possíveis tarifas limitando o investimento em TI.

Mas as projeções menos otimistas não assustaram os analistas do Itaú, para quem “concorrentes diretas da Globant, como EPAM e Endava, também apresentaram quedas consideráveis após reportarem seus balanços.”

Os analistas disseram que a Globant “continua bem posicionada para se beneficiar ​​do processo de adoção global de inteligência artificial.”

O banco também espera que o momentum das ações melhore no segundo semestre, quando grandes contratos devem ser anunciados e ficará mais claro se a empresa conseguirá cumprir o guidance estabelecido para o ano.

“Acreditamos que o valor da marca, o portfólio robusto de clientes e a forte execução são atributos valiosos. Nos níveis atuais, a relação risco/retorno parece favorecer a paciência e o potencial de alta,” escreveram os analistas Thiago Kapulskis e Maria Clara Infantozzi.

A Globant agora vale cerca de US$ 6,8 bilhões na NYSE.