A Paramis Capital, gestora que tem R$ 1,5 bilhão em fundos de crédito e imobiliários, acaba de comprar a Avantgarde Asset.

Fundada em 2015 e especializada em fundos de ações quantitativos, a Avantgarde tem apenas R$ 150 milhões sob gestão. 

Seu primeiro fundo, um FIA, perdeu do benchmark (IBX) de 2022 para cá, mas bateu o índice desde seu início: rendeu 97%, enquanto o IBX subiu 36%. 

Um fundo mais recente, um long and short lançado em fevereiro de 2023, rendeu 41% desde o início, acima do benchmark, que nesse caso é o CDI e ficou em 28%.

Mas não está fácil captar, e a gestora perdeu 50% do patrimônio do pico até agora.

Com o negócio, a Paramis busca ampliar a oferta de produtos, a única maneira de tornar o business sustentável, na visão do CEO Danilo Ribeiro. 

“Casas super tradicionais até conseguem se manter com uma única linha de produtos, mas a maioria precisa diversificar.” 

Ribeiro lembra que, no passado, o seed money para novas gestoras vinha de family offices que, recentemente, se tornaram mais arredios em meio a um movimento de aversão a risco. 

“O mercado é cíclico e, como vimos nos últimos anos, os ciclos podem demorar muito.”

A Avantgarde vai usar a estrutura de captação da Paramis – que decidiu reforçar essa frente em 2022 ao fazer uma associação por meio de troca de ações com a InvestSmart, assessoria financeira com R$ 27 bilhões sob custódia. 

“Existem excelentes gestores de ações discricionários no Brasil, mas as estratégias quantitativas deixam a desejar. Queremos usar essa força comercial, que nunca esteve no nosso DNA, para ocupar esse espaço,” diz Luciano França, fundador da Avantgarde.

As duas gestoras buscam escala no varejo para conseguir acessar o mercado de investidores institucionais e family offices, que só conseguem aplicar em fundos com patrimônios maiores.

Pela estrutura da aquisição, a Paramis comprou uma participação na Avantgarde, mas as duas empresas funcionarão de forma separada até 2027. Se houver crescimento (os números não são públicos), a gestora de ações passará a ter uma fatia do capital da Paramis em dois anos e as empresas serão integradas.