Edson Bueno, controlador da DASA, acaba de colocar o filho, Pedro Bueno, no comando da empresa de diagnósticos, dona das marcas Delboni Auriemo, Lavoisier e Bronstein, entre outras.Edson Bueno

Pedro Bueno, que tem 24 anos, substitui Dickson Tangerino, que era CEO desde junho de 2012. Ele assumirá em 16 de janeiro.

Formado em economia pela PUC do Rio de Janeiro, Pedro Bueno já trabalhou na área de banco de investimento do Banco BTG Pactual. Mais recentemente, estava encarregado da DNA, o ‘family office’ do pai.

O conselheiro Carlos Fernando Costa, que também é diretor financeiro do fundo de pensão Petros (que tem 10% da DASA), votou contra a escolha de Pedro Bueno.

Num voto em separado, Costa disse que a escolha “não é adequada ao porte e as necessidades da Companhia,” e que “contratações deste nível de executivo precisam passar por um criterioso processo de seleção que deve ser apoiado pelo Comitê de Gente …, criado pelo Conselho de Administração, cuja atribuição é orientar o Conselho a respeito de ações relevantes envolvendo Recursos Humanos.”

“Neste contexto, além da experiência comprovada, é importante que os candidatos à vaga passem por um assessment (feito através de empresa especializada independente), para que o Conselho possa avaliar as competências, conhecer com maior eficiência e critério os potenciais candidatos,” disse o conselheiro.

Por meio de um veículo chamado Cromossomo Participações II S.A. e participações diretas, Bueno e sua ex-mulher, Dulce Pugliese, são donos de 72% do capital da DASA.

A Petros e a gestora Oppenheimer são donos de outros 10% cada um.

Listada na Bovespa, a DASA tem um valor de mercado de 3,1 bilhões de reais, mas suas ações não têm mais liquidez. Apenas 7,5% do capital da empresa ainda circulam entre os investidores.

Tudo indica que Pedro Bueno já é bastante familiarizado com as tensões entre acionistas e administradores, das quais a DASA já foi objeto e nas quais ele se insere a partir de agora.  Sua monografia de graduação do curso de economia da PUC-Rio é intitulada: “Problema de Agência em Empresas de Capital Fechado e Aberto, e o Caso BTG Pactual.”

No abstrato da monografia, o próprio autor diz:  “O acionista é, por definição, o proprietário da firma e consequentemente é o maior interessado em seu sucesso. No entanto, frequentemente não é o acionista, ou principal, que será o responsável por atingir o resultado. Neste caso, os acionistas não cuidam diretamente da gestão da companhia, para isso eles contratam os executivos. Este grupo, os agentes, será responsável pela tomada de decisão dentro da empresa e de seu funcionamento no dia a dia. Surge o problema de agente-principal entre executivos e acionistas.”