Num momento em que as mineradoras e siderúrgicas estão sob suspeita com a desaceleração do mercado de commodities chinês, os analistas do BTG acham que a Gerdau continua ‘as good as ever.’

O banco reiterou sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 43. O papel negocia hoje a R$ 27. 

Depois de reuniões com a diretoria da empresa, o BTG disse que o ambiente operacional continua positivo.

O banco espera que a Gerdau entregue mais de R$ 6 bilhões de EBITDA no terceiro trimestre — quase o mesmo EBITDA que a empresa fez no ano passado inteiro (R$ 7,2 bi). 

Parte do otimismo tem a ver com os preços do aço no Brasil, que, segundo a Gerdau, devem permanecer estáveis num patamar alto pelos próximos meses. A companhia também disse que as carteiras de pedidos até o final do ano continuam cheias e que os negócios nos Estados Unidos estão performando muito bem. 

A margem EBITDA nos EUA está acima de 20% e a expectativa do BTG é que ela suba para 25% no terceiro tri. (A operação nos EUA tende a se beneficiar também do pacote bilionário de infraestrutura de Joe Biden.) 

No Brasil, a empresa espera um aumento de pedidos do setor de construção, já que os canteiro de obras ativos têm crescido cerca de 40% ao ano; bem como um maior consumo de aço industrial, com destaque para projetos de energia renovável e maiores exportações.

A Gerdau disse que não prevê mudança na política de distribuição de dividendos, mas que pode antecipar proventos se a reforma tributária for aprovada. O CAPEX também deverá permanecer nos níveis atuais, de cerca de R$ 3 bilhões ao ano, enquanto durar o momento favorável para os preços do aço. 

Nas contas do BTG, a Gerdau negocia a um múltiplo de 3x o EBTIDA estimado para o ano que vem, e a 6,3x o lucro.