A Gávea Investimentos comprou uma participação de 9% no Grupo GPS — a maior empresa integrada de serviços de limpeza e segurança para prédios comerciais e instalações industriais do País — apostando na consolidação de um setor fragmentado e machucado pela recessão dos últimos anos.
O investimento foi feito pelo GIF V, o quinto fundo de private equity da gestora, que captou US$1,1 bilhão no final de 2014 e está em fase final de investimento. O Warburg Pincus já era acionista da GPS e foi diluído para 28% do capital.
O caminho da Gávea até o quadro societário da GPS começou quando a gestora comandada por Arminio Fraga analisava a compra da Graber, outra empresa do setor cujos fundadores estavam interessados em vender.
Discutindo o ativo, os sócios da Gávea, liderados por Amaury Bier, concluíram que só iriam adiante com a compra se pudessem fundir a Graber com a GPS, na opinião deles a melhor empresa do ramo.
As conversas com a GPS começaram, houve diligências conjuntas, e os sócios prospectivos chegaram a discutir até o ‘valuation’ da Graber na futura troca de ações da GPS. Ao final, no entanto, os dois lados concluíram que seria melhor a Gávea fazer um aporte diretamente na GPS, que por sua vez compraria a Graber, que foi o que aconteceu.
Fundada em Salvador em 1962, a GPS é bem maior que a Graber — R$ 2 bilhões contra R$ 600 milhões de faturamento líquido — e opera no Brasil inteiro, enquanto a Graber é mais concentrada no Estado de São Paulo. Com seus dois controladores morando fora do Brasil, a Graber estava perdendo mercado e ‘punch’.
O tedioso porém complexo negócio de manutenção predial cobre tarefas que vão da limpeza à segurança armada, passando por logística interna em fábricas, e depende de escala para ser rentável.
A tese de investimentos da Gávea se baseia no potencial da GPS de consolidar o setor, adquirindo dezenas de outras pequenas empresas.
Na visão dos analistas da Gávea e do Warburg Pincus, o que credencia a GPS como consolidadora é sua gestão diferenciada: apesar de ter uma operação descentralizada, com responsáveis diretos pelos contratos nas várias regiões do País, a companhia faz uso intensivo de dados para manter um sistema de incentivos, estabelecer metas e rotinas, e cobrar resultados de seus executivos.
“Eles dão poder e ao mesmo tempo controlam quem está na ponta gerindo esses contratos,” diz uma pessoa familiarizada com a empresa.