Um consórcio envolvendo BTG, Safra e Kinea acaba de fechar a compra de duas das quatro torres do Rochaverá Corporate Towers por R$ 1,255 bilhão, em mais uma aposta contrária num momento de fragilidade do mercado corporativo.
O grupo de investidores — uma união rara no mercado de real estate — é formado por fundos imobiliários das três instituições. Os do Safra e BTG ficaram com 40% do empreendimento cada, e o do Kinea, com 20%.
A transação, liderada pela CBRE, começou a ser negociada em agosto e atraiu pelo menos sete interessados. Para evitar uma disputa maior e reduzir o tamanho do cheque individual, os três concorrentes se juntaram.
O preço de aquisição implica um cap rate abaixo de 7%, mas uma conta em escrow de R$ 100 milhões incluída no preço garantirá uma renda mínima por três anos pouco acima de 7% ao ano.
As torres objeto da transação — A e B (Marble e Ebony) — são as maiores do empreendimento, e pertenciam a investidores coreanos ligados à Mirae Asset. Os inquilinos incluem o Banco Votorantim, a SAP, a Boehringer Ingelheim e o Fleury. A vacância atual está ao redor de 20%.
O vendedor das torres é o fundo de pensão dos professores da Coreia do Sul, administrado pela Mirae Asset. O fundo entrou no projeto ainda na fase de desenvolvimento em parceria com a Autonomy, que ainda é dona das outras duas torres.
A aquisição é a terceira aposta da área de real estate do BTG na região da Chucri Zaidan — agora corroborada por outros investidores.
Em outubro, fundos administrados pelo BTG pagaram R$ 1 bilhão pela EZ Tower B, um edifício triple-A na Avenida Chucri Zaidan que estava no portfólio da Brookfield desde 2017.
Cinco meses antes, ainda na primeira fase da pandemia, o BC Fund, gerido pelo banco, pagou R$ 810 milhões pela Diamond Tower, que pertencia à Multiplan.