O GIC, fundo soberano de Singapura, está investindo R$ 2,2 bilhões no fundo que controla a V.tal, InfraCo, o spinoff de fibra ótica da Oi, anteriormente conhecido como InfraCo, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.

O fundo, estruturado pelo BTG, pagou R$ 12,8 bilhões por 58% da InfraCO, avaliando a companhia um enterprise value de R$ 20 bilhões.  A Oi reteve os outros 42%.

A transação foi o maior deal de private equity do Brasil — maior do que todos os lotes de concessão da CEDAE somados.

Dona da rede de fibra ótica mais capilar do Brasil, com 400 mil quilômetros de fibra, a V.tal nasce com EBITDA de R$ 1,6 bilhão e dívida zero — mas terá que pagar um dividendo de R$ 2,4 bilhões à Oi 90 dias depois do closing da transação, esperado para o início de 2022.

Os acionistas projetam que a V.tal terá um EBITDA de R$ 5 bilhões em 2026. Mas o capex também é superlativo: o business plan prevê que a empresa terá que fazer investimentos de R$ 30 bilhões até o final de 2030. 

A V.tal é uma “rede neutra”, um provedor de infrastrutura para outras operadoras e ISPs.  A Oi não tem ingerência operacional sobre a empresa, não tem acesso à precificação dos serviços nem indica executivos.

Em vez de construir redes próprias, os provedores de banda larga pagam um aluguel para usar a rede.

Além dos R$ 2,2 bi do GIC, o FIP do BTG levantou R$ 4 bi junto a pessoas físicas, todas de clientes do wealth do BTG.  O tíquete mínimo foi de R$ 20 milhões (o médio, de R$ 70 milhões). Um fundo de private equity BTG, o FIP Economia Real, e sócios do banco completaram o total.