O Bradesco está em negociações avançadas para comprar uma participação minoritária no C6, o banco digital fundado por Marcelo Kalim, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal
 
As conversas começaram meses atrás, antes da crise do coronavírus. Como sempre acontece neste tipo de negócio, não há garantias de que a transação será consumada. Os dois lados negam as conversas.
 
O potencial investimento do Bradesco lembra a aposta que o Itaú fez na XP, mas, diferentemente daquele caso, o acordo não prevê que o Bradesco se torne controlador do C6.  Se a transação for concluída, o banco liderado por Octavio de Lazari deve continuar a implementar sua estratégia digital com o NEXT.
 
Ainda assim, a transação marcaria a primeira grande aposta do Bradesco na nova economia, numa época em que a digitalização torna as agências físicas redundantes para uma parte da população e em que o setor financeiro se prepara para a implementação do open banking, que deve aumentar a concorrência.
 
Para o C6, a sociedade com o Bradesco traria o carimbo de solidez de um dos maiores e mais conservadores bancos do País, quase certamente reduzindo seu custo de capital no mercado.
 
O C6 foi fundado em 2018 por Kalim, até então o segundo maior sócio do BTG.  Outros sócios incluem Leandro Torres, Adriano Ghelman e Luiz Marcelo Calicchio, o “Teco”, todos também egressos do BTG.  Concorrentes estimam que o banco já tenha mais de 1,4 milhão de clientes pessoa física.
 
No mercado, estima-se que Kalim e os sócios já investiram quase R$ 700 milhões no C6, que entrou no mercado ano passado depois de um ano e meio em fase pré-operacional.  
 
As negociações estão sendo feitas, do lado do Bradesco, por Lazari e pelo chairman do banco, Luiz Carlos Trabuco, e, do lado do C6, por Kalim.
 
As conversas entre os dois bancos sugerem que o C6 tem sido criativo em explorar parcerias estratégicas.
 
Na semana passada, a TIM Brasil e o C6 anunciaram uma parceria para fazer ofertas combinadas de serviços bancários e telecomunicações aos clientes, algo inédito no mercado. 
 
Quando fez o anúncio, a TIM Brasil disse que, a depender da evolução dos resultados da parceria, se tornará acionista minoritária do C6 “através de um mecanismo de remuneração baseado em objetivos.”