O Presidente Jair Bolsonaro pretende indicar nas próximas horas seu filho Eduardo para o cargo de embaixador do Brasil nos EUA, uma fonte com acesso direto ao Planalto disse ao Brazil Journal.
O timing da indicação tem a ver com a lei brasileira, que exige idade mínima de 35 anos para que um cidadão se torne embaixador. Eduardo completou a idade mínima ontem.
Mesmo sabendo que a escolha será alvo de críticas, Bolsonaro considera que o filho, deputado federal por São Paulo, é altamente qualificado para o cargo porque fala inglês fluentemente, é o menos controverso entre os irmãos, tem uma postura pró-mercado e já está envolvido na agenda de política externa como presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
Segundo a fonte, o Presidente acha que a nomeação do filho sinaliza a relação especial que o Planalto quer ter com a Casa Branca, o que pode atrair mais fluxo de comércio e investimentos.
Em março, durante a visita do Presidente aos EUA, o fato de Eduardo ter permanecido na sala durante a reunião de Bolsonaro com Trump — no lugar do Ministro Ernesto Araújo — escandalizou o mundo diplomático.
A representação brasileira em Washington está vaga há três meses, desde a exoneração do Embaixador Sergio Amaral.
O processo de aprovação de um embaixador é longo e envolve o Congresso.
Primeiro, o Itamaraty faz uma Exposição de Motivos ao Palácio do Planalto sugerindo o nome. A Presidência da República, se concordar, encaminha o nome à Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal. A Comissão nomeia um relator que se responsabiliza por levantar o currículo do indicado. O relatório é lido e o indicado é convocado a uma sabatina na própria Comissão. A Comissão vota sobre a indicação e, caso aprovado, o nome vai a votação no plenário do Senado. Ambas as votações são secretas.
Após a aprovação o indicado é nomeado pelo Senado e pode apresentar-se ao Itamaraty.