Em linha com o que o mercado está dizendo, o Eurasia Group, talvez a consultoria geopolítica mais respeitada do mundo, disse em relatório hoje cedo que a morte de Eduardo Campos torna a reeleição de Dilma mais difícil — mas só se Marina Silva decidir concorrer.Marina Silva

Com a morte de Campos, o Eurasia reduziu a probabilidade de reeleição de Dilma de 60% para 55%.

“Um governo Marina Silva provavelmente adotaria políticas pró-mercado, mas o risco político mais amplo aumentaria, fazendo este governo menos previsível do que um do PSDB ou do PT,” diz a nota, assinada pelos analistas Christopher Garman e João Augusto de Castro Neves, que cobre o Brasil de perto há anos.

“Os assessores econômicos de Silva tendem a ser liberais, e são os mesmos que têm sido influentes na campanha de Campos. Além disso, em suas entrevistas, Silva tem defendido uma gestão fiscal responsável. a necessidade de autonomia para o Banco Central e o imperativo de induzir o setor privado a investir mais. O forte histórico ambiental de Silva sugere que o setor de agronegócio será mais fiscalizado e as licenças ambientais no todo serão menos flexíveis. Isso pode ser negativo para os projetos de infraestrutura. Mas, no conjunto, a gestão econômica tende a ser pragmática.”

Para o Eurasia, o maior risco de Marina vem da política, já que ela “é contra os métodos tradicionais de construir maiorias no Congresso … distribuindo ministérios aos partidos para garantir apoio. Ainda que o grande apoio popular possa ajudá-la no início do mandato, sua capacidade de garantir apoio no Congresso pode ser uma dificuldade real, ainda mais se ela pretender implementar reformas estruturais ou se ela tiver que enfrentar uma economia fraca.”

Se, no entanto, Marina não concorrer, a consultoria aposta na reeleição de Dilma no primeiro turno.