A Enel SpA é a nova favorita para o leilão da Celg-D, a distribuidora de energia de Goiás.

A Enel deve fazer a única proposta do leilão, a segunda tentativa do Governo de vender a empresa, hoje controlada pela Eletrobras.  O leilão anterior, que seria realizado em agosto, foi adiado por falta de interessados.

Reconhecendo a realidade de mercado, o Governo reduziu o preço mínimo de R$2,8 bilhões para R$ 1,8 bilhão.  A Celg tem uma dívida de R$ 2 bilhões.

Depois de ser apontada como favorita, a chinesa State Grid parece estar mais focada na digestão de sua compra da CPFL Energia.

Comandada no Brasil por Carlo Zorzoli, a empresa italiana já é dona de dois ativos de distribuição no País: no Rio, é dona da antiga CERJ, depois renomeada Ampla Energia, e há duas semanas renomeada Enel Distribuição Rio.  No Ceará, a Enel é dona da antiga Coelce, agora Enel Distribuição Ceará.

Além destas duas distribuidoras, a Enel possui ativos de geração como a hidrelétrica Cachoeira Dourada, em Goiás, na mesma área de concessão da Celg.

Zorzoli tem mais de 20 anos de experiência no setor e conduziu a entrada da Enel no México, onde foi o CEO da empresa em 2008-2009. 

O favoritismo da Enel coincide com a apresentação do novo plano estratégico da empresa em Londres, na semana passada.  No plano, o Brasil apareceu como um dos lugares nos quais a empresa mais vai investir.

Dos €5,2 bilhões que a empresa pretende investir para expandir sua capacidade nos próximos três anos, 48% serão investidos na América Latina.

O interesse da empresa italiana pela Celg é uma excelente notícia para o Ministério das Minas e Energia, um dos poucos que tem gerado boas notícias para o Governo Michel Temer.

Com regras claras e uma postura pró-mercado, o Ministério tem conseguido injetar confiança e consertar uma parte significativa do estrago feito no setor pela ex-Presidente Dilma.

Se tudo correr como previsto, este será o segundo leilão sem a presença dos chineses, que haviam se tornado o ‘buyer of last resort’ do setor elétrico.

Em outubro, um leilão de linhas de transmissão também foi bem sucedido e não teve participação chinesa.