A EMS acaba de anunciar a aquisição do negócio de injetáveis da alemã Fresenius Kabi no Brasil, marcando a aposta da farmacêutica de Carlos Sánchez em um mercado que havia deixado praticamente de lado há uma década.

O valor do negócio não foi revelado, mas a compra vai adicionar uma receita de R$ 150 milhões ao faturamento de R$ 8,3 bilhões da EMS – e a empresa disse que espera dobrar a receita do novo negócio após 12 meses de operação. Os injetáveis que são objeto da transação são tipicamente antibióticos e corticoides.

Carlos Sanchez ok 1

A aquisição compreende uma fábrica em Anápolis e um centro de distribuição em Goiânia, e o negócio é sujeito à aprovação do CADE. 

O CFO Thiago Tavares disse ao Brazil Journal que a aquisição mostra que a EMS está voltando a apostar forte no mercado de injetáveis, que hoje representa um percentual muito pequeno das vendas. 

A EMS está prestes a inaugurar uma fábrica desses produtos em Hortolândia, no interior de São Paulo, mas voltada para medicamentos de última geração. 

O negócio que vem da Fresenius, segundo Tavares, são produtos de primeira e segunda geração, o que vai garantir mais volume para a companhia. 

“O cliente, principalmente do hospital privado, quer os produtos novos, mas os antigos também. Então, estamos comprando esses ativos para compor a nossa cesta de produtos com os mais inovadores,” disse.

O aumento das vendas para os hospitais privados é que deve ajudar a EMS a dobrar as vendas do negócio que está sendo adquirido. O CFO espera que a EMS comece a operar o negócio até agosto. 

A aquisição vai fazer com que a participação dos hospitais privados na receita salte de 8% para 25% no primeiro ano de operação, disse Tavares. 

O negócio de injetáveis faz parte da área de non-retail da EMS – que engloba as vendas para hospitais, clínicas e governo e faturou R$ 1,1 bilhão no ano passado. A vertical deve crescer 25% este ano, disse Tavares. 

O CFO disse que a aquisição não afeta o endividamento da companhia, que segue com um caixa líquido de cerca de R$ 1 bilhão e vai continuar sendo conservadora e evitar dívidas. 

“Temos uma operação muito focada em geração de caixa, mas se fizer sentido em algum momento podemos até alavancar a companhia, mas não é a ideia agora,” disse o CFO. “E isso não quer dizer que não vamos fazer mais aquisições.

Após a tentativa frustrada da fusão com a Hypera – e a investida recente de Sánchez para indicar conselheiros na empresa – Tavares disse que o tema não está sendo trabalhado internamente.

“Desde a negativa, não houve mais nada,” disse.