Ele está de volta.

Depois de vender a Amil no topo — com ágio de 22% e câmbio a 2,02 — para a americana UnitedHealth, o empresário Edson Bueno, que controla a DASA, está preparando uma oferta pelo Hermes Pardini, a rede de laboratórios mineira.

A informação, exclusiva, está na revista EXAME que chega às bancas hoje. Edson Bueno

Segundo EXAME, Bueno mandatou o BTG Pactual para fazer uma oferta pela rede, a terceira maior do País.

Bueno e sua ex-mulher, Dulce Pugliese, que juntos construíram a Amil e receberam 6,5 bilhões de reais ao vendê-la em outubro de 2012, já investiram 2 bilhões de reais para aumentar sua participação na DASA .

Por meio de um veículo chamado Cromossomo Participações II S.A. e participações diretas, Bueno e Puglise são donos de 72% do capital da empresa.

O fundo de pensão Petros e a gestora Oppenheimer são donos de outros 10% cada um.

Listada na BM&F Bovespa, a DASA tem um valor de mercado de 3,1 bilhões de reais, mas suas ações não têm mais liquidez. Apenas 7,5% do capital da empresa ainda circulam entre os investidores.

Os gestores de ações já morreram de amor pela DASA. Em 2009, alguns fundos de investimento botaram o fundador da DASA para fora da empresa, tomaram o controle e cortaram custos na carne. As margens explodiram, e a ação foi de 5 reais para 23.

Com o tempo, a qualidade de serviços da DASA se deteriorou, levando a empresa a alienar a comunidade médica (ainda acostumada com o velho Delboni Auriemo, o embrião da DASA) e perder clientes. Investimentos que haviam sido represados mostraram-se inadiáveis. Em 2011, os gestores profissionais, que antes morriam de amores pela empresa, passaram a morrer de ódio, e a DASA perdeu metade de seu valor em Bolsa.

No ano passado, Bueno e Pugliese viram a oportunidade de aumentar sua participação no negócio. Eles haviam se tornado sócios minoritários da DASA em 2010, quando venderam a rede de laboratórios Sergio Franco no Rio de Janeiro para a DASA.

Se quiser mesmo fundir a DASA com o Hermes Pardini, Bueno terá que convencer os acionistas do laboratório mineiro, que resistiram a uma fusão com o Fleury proposta pelo Gávea Investimentos. Um fundo de private equity da Gávea tem 30% da rede mineira. O Hermes Pardini é controlado por três irmãos, que se tornariam minoritários numa fusão com a Fleury e queriam receber um prêmio de controle pela empresa, o que inviabilizou a fusão.

Agora, o tempo dirá o tamanho deste prêmio e se Bueno está disposto a pagá-lo.