As gestoras EB Capital e Colibri Capital, do empresário Edson Queiroz Neto, se juntaram para investir R$ 2 bilhões nos próximos três anos em energia solar distribuída.
Um fundo gerido pela EB está comprando metade da E1 Energias, uma empresa até agora detida 100% pela Colibri, por um valor não divulgado.
A gestão continuará nas mãos do CEO Alexandre Gomes, que chegou à empresa após a associação da E1 com a GDSolar no fim do ano passado. A EB passará a ter assento no conselho.
A entrada em geração distribuída também marca a estreia da EB na área de infraestrutura sustentável.
Pedro Parente, o sócio da EB e ex-CEO da Petrobras, ficará responsável pelo investimento. Pedro disse que a transação “inaugura uma nova vertical” na EB, que também está olhando para outros nichos do setor de energia, como o biogás.
A meta da E1 é alcançar 300 MWp (megawatts-pico) e um faturamento de R$ 350 milhões nos próximos três anos.
Para alcançar esses valores, os sócios estão conversando com o mercado para levantar parte dos R$ 2 bilhões que serão investidos até 2025.
A EB também está captando um novo fundo – de pelo menos R$ 550 milhões – para esse negócio de infraestrutura sustentável, mas a gestora não pode comentar a captação por uma regra da CVM.
Um detalhe dessa transação é que os ativos da E1 não foram contemplados na negociação. Atualmente, a empresa conta com usinas que totalizam 94 MWp e que continuarão sob gestão da Colibri. O que vem para o novo negócio com a EB são 111 MWp em contratos, que ainda não tem usinas fornecendo.
De acordo com Queiroz Neto, a Colibri não teve interesse em negociar os ativos agora, mas também não fechou a porta para um negócio no futuro. Enquanto isso, a E1 está buscando terras para instalar novas usinas, tanto no Sudeste, que concentra o maior mercado consumidor, quanto no Nordeste, que possui as maiores taxas de incidência solar.
O empresário, que comanda a Colibri com sua irmã Patrícia Leal Queiroz, enxerga um potencial muito grande no setor de geração distribuída, especialmente com a regulamentação do setor com o marco legal da microgeração e minigeração distribuída (Lei 14.300).
“A ANEEL está para regular a lei, e já há uma sinalização para o aumento do mercado livre, que vai ser um dos vetores do crescimento da solar,” Queiroz disse ao Brazil Journal.
O empresário é neto do fundador do Grupo Edson Queiroz, que faturou R$ 12 bilhões ano passado e controla empresas como a Minalba, Nacional Gás, Esmaltec, além do grupo de mídia cearense Sistema Verdes Mares, que retransmite a Globo no estado.
A EB Capital possui R$ 4 bilhões de ativos sob gestão e participações em empresas como a plataforma de fibra óptica Alloha, a plataforma de ensino profissionalizante Proz e a varejista de vinhos Wine.