A Dynamo e o empresário Ronaldo Cezar Coelho celebraram um acordo de acionistas para votar juntos suas participações na Vibra Energia, criando um núcleo de referência dono de quase 15% do capital da antiga BR Distribuidora num momento em que a empresa faz a transição de semi-estatal para uma full corporation.

O acordo — com vigência inicial de três anos — vincula 100% das ações detidas por veículos da Dynamo e por Ronaldo até o limite de 25% do capital da companhia, ou 95% do patamar que o estatuto da empresa definir como poison pill.

Hoje, Ronaldo é o maior acionista individual da Vibra, com 9,8% do capital; a Dynamo tem uma participação de 4,5%. O empresário também tem participações relevantes na Light (20%) e na Energisa (18%).

No documento enviado à companhia, os dois investidores — conhecidos por sua abordagem de longo prazo — dizem ter visões “convergentes e complementares” sobre a Vibra.

O acordo vem meses antes da assembleia de acionistas que pode renovar o conselho da empresa, cujo mandato termina em abril.

Pelos termos do acordo, caso haja um impasse entre Ronaldo e a gestora em alguma decisão a ser tomada sobre a companhia, a Dynamo dará a palavra final — um sinal expresso da confiança de Ronaldo na expertise da gestora.

O acordo coloca a gestora do Leblon, que tem um longo histórico em negociar a governança em suas empresaas investidas, num papel de protagonista para discussões estratégicas sobre o futuro da Vibra, particularmente num momento em que o setor de combustíveis tem que lidar com o tema da transição energética.