No que aparenta ser apenas uma leve dor de cabeça, a Brainfarma, uma subsidiária da Hypermarcas, fez o recolhimento voluntário de 119 lotes de 59 produtos, incluindo Doril, Epocler, Coristina, Biotônico Fontoura, Maracugina e Vitassay Stress. 

Os medicamentos, em sua maioria genéricos e similares, foram produzidos em sua fábrica em Anápolis, Goiás, entre janeiro e março do ano passado. 

Segundo a Hypermarcas, “não há indicações de que o uso destes medicamentos possa gerar efeitos adversos à saúde, além dos previstos em bula.”

As ações da Hypermarcas quase zeraram sua alta por volta de 11:30hs, quando a notícia foi divulgada, mas já voltaram ao preço de antes da notícia.  Por volta das 15 horas, o papel sobe 2,4% para R$ 26,80.
A derrapada se dá num momento em que muitos gestores estão avaliando a tese de investimentos na Hypermarcas, que recentemente se tornou uma empresa 100% farmacêutica.
 
Na antevéspera de Natal, a empresa fechou a venda de seu negócio de fraldas para a belga Ontex por R$ 1 bilhão. Com isso, a Hypermarcas deve termimar o primeiro trimestre deste ano com um caixa líquido pro forma de R$ 1,7 bilhão.  Há um ano, a empresa vendeu seu negócio de preservativos e, no final de 2015, seu negócio de produtos de beleza.

Em comunicado ao mercado, a Hypermarcas disse que houve um “equívoco operacional no processo de pesagem, pela utilização da antiga área de pesagem da fábrica durante a transição desta operação para a nova central de pesagem. A pesagem se deu sobretudo em excipientes de medicamentos (componentes que não são o princípio ativo).”

 
Segundo um executivo da Hypermarcas, a empresa optou pelo recolhimento por um ‘excesso de zelo’.  “Como a fabricação de medicamentos é altamente regulada, no momento em que detectamos que a pesagem não havia sido feita no lugar determinado para isto, resolvemos recolher os produtos, mas isso não significa que o peso esteja errado.”

A empresa está apurando as responsabilidades no caso.

 
Segundo o comunicado ao mercado, os lotes recolhidos representam 0,9% do volume anual produzido pela companhia, e o recolhimento “terá um custo imaterial para a Hypermarcas, não tendo impacto sobre os negócios da Companhia.”