O Citi rebaixou a RD — a dona da Raia e da Drogasil — para ‘venda’ depois de colocar no seu modelo uma desaceleração do top line e reduzir sua estimativa para o lucro deste e do ano que vem.
O banco cortou suas projeções para o lucro em 19% e 21%, respectivamente, e reduziu o preço-alvo da ação em 11%, de R$ 27 para R$ 24.
O papel negocia hoje a R$ 25,55, em queda de 2,2% num dia de alta generalizada do Ibovespa. O novo preço-alvo embute um potencial de alta de apenas 6% em relação ao preço de tela.
O analista Leandro Bastos disse que mantém uma visão favorável sobre a qualidade da execução da empresa e as oportunidades de longo prazo no setor.
“Mas dito isso, a desaceleração esperada para o top line naturalmente não cai bem para a alavancagem operacional, o que, combinado com um G&A que persiste em ficar alto e premissas piores para os impostos por conta da MP 1185, deve continuar pesando sobre a rentabilidade,” escreveu o analista.
O Citi notou ainda que a ação está negociando a múltiplos P/L muito altos — 37,1x e 30x para 2024 e 2025 — num momento em que as surpresas positivas parecem menos prováveis de acontecer.
“Mesmo que a ação ainda tenha potencial de longo prazo, acreditamos que um melhor ponto de entrada pode surgir conforme as expectativas para o lucro forem sendo ajustadas,” diz o analista.
No relatório, o Citi também divulgou sua prévia para os resultados do quarto trimestre. Para o banco, a RD vai apresentar uma desaceleração nas vendas para 5% ano contra ano, “o que combinado com uma base de comparação forte do ano passado e despesas elevadas deve pesar na rentabilidade.”
O banco estima uma margem EBITDA ajustada de 6,4% e um lucro líquido de R$ 230 milhões.
Depois de encontrar resistência nos R$ 30 no final de novembro, e mais uma vez no início de janeiro, o papel da RD cai 12% desde o início do mês.
A empresa agora vale R$ 44 bilhões na B3.