A Direcional Engenharia precificou sua oferta de ações a R$ 18,25 na quinta à noite, levantando R$ 429 milhões na primeira transação do setor imobiliário este ano.
A oferta de 23 milhões de novas ações – com o book mais de 5x coberto nos vários níveis de preço – mostra o apetite do investidor por surfar o programa Minha Casa Minha Vida no Governo Lula 3, usando como veículo uma das melhores operadoras do segmento.
Os recursos permitirão à incorporadora mineira acelerar seu crescimento num momento em que o Governo acaba de aumentar o teto de financiamento por imóvel de R$ 264 mil para R$ 350 mil na faixa 3 do MCMV. Dona de 43% da companhia, a família Gontijo historicamente nunca gostou de dívida, preferindo levantar equity para financiar novos ciclos de crescimento.
A oferta foi lançada dia 22 de junho. Ontem à tarde, o Itaú – líder da oferta – avisou aos clientes que já tinha um book múltiplas vezes coberto, e quem não subisse as ordens para R$ 18,25 ficaria de fora. (Sounds like a bull market, doesn’t it?)
E a ação negociou para cima no dia seguinte: o papel subiu 3,15%, fechando a R$ 19,65.
O sucesso da transação, no entanto, não significa que o mercado está aberto para todas as incorporadoras – as que operam o Minha Casa Minha Vida têm uma dinâmica diferente do real estate tradicional, e Direcional e Cury são hoje reconhecidos como os melhores operadores.
Na alocação, 10 contas receberam 65% das ações, liderada por uma grande casa long-only internacional.
Os coordenadores foram Itaú BBA (líder), Bradesco, XP e Santander.