Começou a circular um novo nome para o lugar de Joaquim Levy: Otaviano Canuto, hoje diretor do FMI em Washington.otaviano-canuto-original

Canuto, que já foi cotado para a Fazenda e para o BNDES no início do segundo mandato de Dilma, é conhecido como um economista que acredita na agenda liberal — reformas previdenciária, trabalhista, tributária e fiscal — enquanto, ao mesmo tempo, não considera anátema o papel do Estado como indutor da economia, particularmente em políticas setoriais.

É, portanto, um nome menos liberal que Joaquim Levy ou Henrique Meireles, mas altamente crítico em relação à chamada Nova Matriz Econômica, a combinação de irresponsabilidade fiscal e políticas de crédito farto que empurraram a economia brasileira para o binômio de recessão e inflação.

Canuto é relativamente pouco conhecido do mercado financeiro, mas altamente respeitado por economistas e empresários que o conhecem. “Ele consegue transitar dos dois lados, falar com o [Luiz Gonzaga] Belluzzo na Unicamp e com o [Edmar] Bacha na PUC do Rio, escolas de pensamento totalmente opostas,” diz uma fonte que conhece Canuto há anos.

Em conversas recentes, Canuto tem elogiado o trabalho de Levy e reafirmado sua crítica ao modelo anterior.

Mais importante ainda: Canuto é próximo da Presidente Dilma, que já jantou na casa do economista em pelo menos uma visita a Washington.

Ele também se dá bem com o ex-ministro Antonio Palocci, com quem trabalhou brevemente em 2003 como secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda.  Na transição entre os governos, o então ministro Pedro Malan recomendou Canuto a Palocci.

Em 2004, indicado pelo Governo, Canuto assumiu o cargo de diretor no Banco Mundial, representando o Brasil. Quando seu mandato terminou, passou a ser funcionário de carreira do banco.

Em junho deste ano, mais uma vez indicado por Brasilia, Canuto deixou o banco e foi para o FMI substituir Paulo Nogueira Batista.

Politicamente, o nome de Canuto faz sentido tendo em vista as codições supostamente impostas por Meirelles, que incluiriam nomeações de cargos-chave da politica econômica além da Fazenda.