A Presidente Dilma Rousseff passou a considerar o nome de Nildemar Secches para o comando da Petrobras.
A Presidente já se convenceu da necessidade de substituir Graça Foster, e as duas esperam apenas que Dilma defina o nome e que haja uma trégua nos capítulos da Operação Lava Jato para que a troca de comando aconteça.
O martelo ainda não está batido, mas na difícil equação de substituir uma CEO da absoluta confiança da Presidente com alguém capaz de reerguer a Petrobras pós-Lava Jato, o nome de Secches atende a dois requisitos importantes: é respeitado por Dilma e pelo mercado.
Secches foi CEO da Perdigão de 1994 a 2007, indicado para o cargo pelos acionistas majoritários da companhia: Previ, Petros e BNDES.
Sua carreira é marcada por uma série de eventos em que ele demonstrou habilidade política e capacidade de execução — dois atributos imprescindíveis para a cadeira mais sensível da Avenida Chile, onde fica a sede da Petrobras.
Junto com o empresário Eggon João da Silva, um dos fundadores da WEG, Secches foi responsável pela transformação da Perdigão, então uma empresa familiar à beira da falência, numa corporação aclamada por sua governança corporativa exemplar, posição financeira sólida e taxas de crescimento robustas. Exatamente o que a Petrobras precisa.
Em 2006, Secches resistiu à oferta de aquisição hostil feita pela Sadia. Dois anos depois, quando a Sadia perdeu 2,5 bilhões de reais com derivativos cambiais, Secches, já no conselho da Perdigão, liderou a oferta pela arquirrival e ganhou a parada.
Foi presidente do conselho da BRF, a empresa resultante da fusão, até 2013, quando foi substituído no cargo pelo empresário Abilio Diniz, numa articulação liderada pela Tarpon Investimentos e apoiada por outros acionistas.
Para além da BRF, Secches tem ampla penetração no mundo empresarial. É conselheiro de cinco companhias: Iochpe-Maxion, Ultrapar, WEG, Itaú Unibanco e Suzano Papel e Celulose.
Antes de sua carreira como executivo, Secches trabalhou no BNDES de 1972 a 1990, e foi diretor do banco entre 1987 e 1990.
Seu currículo acadêmico é eclético. É formado em engenharia mecânica pela Universidade de São Paulo, unidade de São Carlos, fez mestrado em finanças na PUC do Rio e doutorado em economia pela Unicamp.