Embaixadora do teatro contemporâneo brasileiro, Denise Stoklos é atriz, autora e diretora. Aos 75 anos, soma mais de cinco décadas de carreira — marcadas pela coragem, pela irreverência e pela busca de uma linguagem própria.
Neste episódio de The Business of Life, em conversa com Nilton Bonder, Stoklos revisita sua trajetória. Filha de descendentes ucranianos, nasceu em Irati (PR), em 1950, onde cresceu fascinada pelo circo e pelo cinema: “Eu voltava para casa e fazia o mocinho, o cavalo e o bandido,” lembra.
Sua presença política surgiu já em sua primeira peça, Círculo na Lua, Lama na Rua (1968), metáfora marxista em tempos de ditadura. Nos anos 70, transitou pelas cenas de Curitiba, Rio e São Paulo, trabalhando com Antunes Filho, Fauzi Arap e Antônio Abujamra.
Em 1977, em Londres, descobriu a mímica; mais tarde, nos EUA, ouviu de Leonard Pitt: “Você está escondida atrás da técnica da mímica, joga tudo fora.” A provocação a levou a criar uma linguagem inédita.
Em 1987, em Nova York, estreou Mary Stuart — espetáculo que consagrou seu conceito de Teatro Essencial. Nele, o ator é o centro absoluto da cena, sustentando o palco apenas com corpo, voz e intuição: “Um teatro sem cenário ainda é teatro. Um teatro sem figurino ainda é teatro. Um teatro sem sonoplastia ainda é teatro. Mas um teatro sem ator não é teatro.”
Após se apresentar em 30 países e sete idiomas, Mary Stuart está de volta em cartaz no Teatro Estúdio, em São Paulo, até 25 de outubro.
Para Denise, a chave do sucesso foi seguir a vocação sem concessões: “Eu sempre tive em mente que seguir a vocação é fundamental para a felicidade e a realização. Ela te dá a energia de buscar todos os meios para realizar.”
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