A Dasa acaba de levantar R$ 700 milhões com a venda da sua operação na Argentina e da Mantris, sua empresa de saúde ocupacional.
O grosso dos recursos veio do negócio argentino, vendido para o Swiss Medical, um grupo local, por cerca de R$ 600 milhões – um múltiplo de cerca de 5x EBITDA. O ativo contempla todos os oito laboratórios da marca Diagnóstico Maipú e a unidade da Labmedicina.
Uma fonte que participou do processo na Argentina disse ao Brazil Journal que o processo foi competitivo e atraiu diversos competidores, de players globais de diagnóstico e também do setor financeiro.
“Pelo momento em que se encontra Argentina, foi um bom negócio. Se pegar o múltiplo do Fleury, por exemplo, o número foi próximo – e sempre se espera um desconto pelo fato do ativo estar na Argentina,” disse esta fonte.
No segundo trimestre, a operação internacional da Dasa, que conta somente com os ativos na Argentina, teve receita de R$ 118 milhões, uma queda de 2% em relação ao mesmo período do ano passado.
O processo de venda começou há quatro meses. A ideia da empresa era aproveitar o momento menos turbulento da economia argentina, que voltou a piorar recentemente.
A Dasa entrou na Argentina em 2019 ao comprar a rede Diagnóstico Maipú, sua primeira aquisição de uma rede laboratorial fora do Brasil. Dois anos depois, a empresa da família Bueno comprou a Labmedicina.
A venda de hoje ocorre em meio a um processo de desalavancagem que a Dasa vem promovendo ao longo do último ano.
Em abril do ano passado, a Amil e a Dasa fizeram uma joint-venture que deu origem ao segundo maior player de hospitais, depois da Rede D’Or.
Uma das medidas tomadas pela Dasa foi transferir R$ 3,85 bilhões em dívidas para a nova empresa, o que ajudou a diminuir sua alavancagem. Antes disso, a família Bueno e o BTG fizeram um aumento de capital de R$ 1,6 bilhão, seguido por mais R$ 1 bi injetados pelos Bueno no final de 2024.
Essas medidas fizeram com que a alavancagem caísse para 2,8x no segundo tri deste ano, ante 4,2x no mesmo período de 2024.
Mesmo assim, o mercado ainda não comprou a tese de uma nova Dasa. A ação da empresa cai 52% nos últimos doze meses, com a companhia valendo R$ 1,6 bilhão na Bolsa.
O BTG Pactual atuou como assessor financeiro da Dasa, que trabalhou com o Stocche Forbes.