A Mottu – a startup de aluguel de motos para delivery – acaba de levantar US$ 50 milhões numa rodada liderada pela QED Investors e pela Bicycle Capital, a gestora de Marcelo Claure e Shu Nyatta que está fazendo seu primeiro investimento.
A captação, R$ 250 milhões no câmbio de hoje, também teve a participação da Endeavor Catalyst e da Caravela.
Os recursos vão ser usados para investir no aumento do time, na expansão geográfica e no crescimento do Mottu Entregas, o serviço de entregas last mile que conecta motoboys com varejistas e restaurantes.
A Mottu tem 50 mil motos alugadas hoje – 40 mil a mais do que tinha quando levantou sua última rodada, em junho do ano passado.
O fundador Rubens Zanelatto disse ao Brazil Journal que sua meta é chegar a dezembro com um ARR de mais de US$ 100 milhões. Para efeito de comparação, em dezembro de 2021 o ARR estava em US$ 10 milhões.
“Em um pouco mais de um ano, acho que também conseguimos dobrar a nossa frota atual, chegando a 100 mil motos,” disse ele.
Há um ano, a Mottu construiu uma fábrica de motos na Zona Franca de Manaus com o objetivo de conseguir controlar seu supply chain, em vez de depender dos prazo de entrega e capacidade de produção da Honda, seu antigo fornecedor.
Essa fábrica está produzindo uma média de 3 mil motos por mês, ou 36 mil por ano, o que a posiciona como a terceira maior fábrica de motos do Brasil.
A expansão geográfica da Mottu vai focar em dois mercados: o Brasil e o México, onde a empresa entrou em meados do ano passado. No Brasil, a Mottu deve fechar o ano operando em 35 cidades e o objetivo é abrir mais 10 cidades no ano que vem.
No México, onde hoje ela opera apenas na capital, a meta é entrar em Monterrey e Guadalajara ainda este ano.
Outro plano para o curto prazo é criar uma vertical de mobilidade, alugando as motos não só para motoboys mas também para pessoas que queiram usá-las como alternativa ao transporte público. A Mottu cobra cerca de R$ 18 por dia no aluguel de suas motos – um valor acessível mesmo para quem usa ônibus ou metrô para se locomover.
Os recursos da rodada não serão usados para a expansão da frota porque a Mottu optou por financiar a construção das motos com a emissão de dívida.
Ano passado, por exemplo, ela fechou uma rodada de dívida com a Verde Asset que permite à Mottu chamar capital conforme necessário – e se seus resultados estiverem satisfatórios.