A Southern Cross Group (SCG) — o fundo de private equity que é o segundo maior acionista da Mills — vendeu hoje 15 milhões de ações da companhia de locação de máquinas e equipamentos numa operação que movimentou R$ 191 milhões.
O block trade, coordenado pelo Itaú BBA, equivale a 6,4% do capital da Mills e saiu a R$ 12,70 por ação, um desconto de 4,29% em relação ao fechamento de ontem.
Para o SCG, a posição equivale a cerca de 30% de sua posição total; a gestora ainda tem cerca de 15% do capital da companhia depois da oferta de hoje.
Para fazer o bloco, o SCG desvinculou 20 milhões de ações do acordo de acionistas que tem com a família Nacht, a fundadora da Mills, e com a família Oxenford, que era dona da Sullair, adquirida pela Mills em 2019.
No final, o SCG acabou vendendo apenas 15 milhões de ações, apesar de haver demanda pelas 20 milhões, por não considerar o preço tão atraente, uma fonte próxima ao fundo disse ao Brazil Journal.
Segundo essa fonte, o principal objetivo da operação era aumentar a liquidez do papel, que nos últimos 30 pregões negociou uma média de 1 milhão de ações por dia. Com a transação, a expectativa é que essa liquidez diária aumente em pelo menos 50%, o que pode atrair mais investidores para o papel.
Duas grandes gestoras ‘long only’ – uma internacional e uma local – ficaram com metade do bloco.
O Itaú havia dado garantia firme para a operação nos R$ 12,40 (6,5% de desconto em relação ao fechamento de ontem), mas conseguiu passar o bloco com um desconto menor.
Como parte da transação, o SCG se comprometeu com um lock-up de 90 dias para o restante de sua posição.
O bloco vem em meio a uma forte alta da ação, que subiu mais de 50% desde o início do ano, com a companhia agora valendo R$ 3 bilhões na Bolsa.
Diferente de outras companhias de aluguel de veículos e equipamentos, como a Vamos, Movida, Localiza e Armac, a ação da Mills não tem seguido tão fielmente as dinâmicas de PIB e juros.
Com um portfólio mais diversificado – que vai da linha amarela até empilhadeiras, passando por pesados – a empresa tem se mostrado resiliente ao ciclo econômico, além de ser historicamente conservadora na alavancagem.
A Mills “está pagando dividendos, recomprando ações, e conseguindo uma dinâmica própria de crescimento apesar do PIB e Selic não estarem ajudando muito,” disse um gestor comprado no papel. “A empresa tem um negócio muito dominante, de equipamentos leves e infraestrutura, que é um cash cow e não cresce muito. Mas também tem a linha amarela e as empilhadeiras, onde ela ainda pode crescer muito e ganhar muito market share. A grosso modo, metade do negócio é um cash cow e a outra metade é crescimento.”











